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terça-feira, 4 de agosto de 2015

Do autobiográfico ao social, na obra poética de Bernadete Bruto

Do autobiográfico ao social, na obra poética de Bernadete Bruto

Escritora, poeta pernambucana, Bernadete Bruto, é destaque Nacional


Falar de Bernadete Bruto é um alumbramento. Esta pernambucana, natural de Recife é uma desbravadora e conquistadora de espaços culturais. Navega por lugares muito especiais, trazendo à tona seu talento em torno da arte. Mistura o universal e o particular em suas performances como declamadora e poeta, utilizando a música, a beleza e a profundidade reflexiva nos seus recitais, sem deixar, de lado, é claro, o aspecto do prazer, da diversão, elementos do caráter lúdico do literário. Como afirmava o clássico Horácio, a poesia tem de ensinar e deleitar, unindo o útil ao agradável e isto Bernadete faz belamente. Os recitais que a autora realiza de forma criativa e original são efetuados no lugar indicado pela pessoa e/ou empresa interessada.

De ancestralidade indiana, une o cosmopolita à sua brasilidade inerente ao falar de nossos variados matizes, refletindo uma característica de nosso modernismo que utilizava-se da antropofagia cultural, absorvendo o que vinha de fora à nossa resposta crítica nacional, enriquecendo assim a nossa cultura com vários elementos, sem ter uma visão unilateral. Esta poeta pernambucana, de origem indiana, soube absorver este componente, trazendo para suas performances o brilho do hibridismo entre culturas e forjando uma arte plena de significados como num leque colorido e multifacetado. Sua maneira de apresentar suas performances poéticas nos rememora os antigos menestreis e trovadores que passavam por vários locais para levar uma história muitas vezes adornada. A poeta se apresenta em vários recitais, versando sobre temas diversos para se adequar ao público.

É formada em Sociologia, atuando como analista de gestão do Metrô do Recife.

É membro da União Brasileira dos Escritores – UBE, da Associação dos amigos do Museu da Cidade do Recife – AMUC, parceira da Cultura Nordestina, Letras e Artes e participa de grupos como a Confraria das Artes. Sua formação universitária se reflete na sua poesia que aborda a relação entre uma reflexão do eu, com caráter autobiográfico e existencial, e o elemento cotidiano e social, reunindo uma poética do drama da vida interior ao viés psicossocial. Sua obra prima pela simplicidade sem deixar de ter profundidade e deslumbramento para os leitores, procurando, assim, atingir todas as classes sociais, fazendo de sua relação com o leitor algo mais democrático. Como a autora mesmo salienta o seu maior propósito é “falar aos corações” para deixar impressas, em cada ouvinte ou leitor, mensagens de “alegria, esperança e fé na vida”. A escritora Bernadete Bruto está também antenada com o tempo atual, pois seus textos podem ser encontrados em várias páginas da internet e também no seu blog. Além disso, algumas de suas poesias recitadas podem ser encontradas em vídeos no youtube.

Três livros compõem sua emocionante trajetória literária: Pura Impressão, Um coração que canta e Querido Diário Peregrino. Todos os três trabalham com o elemento autobiográfico, sendo que o terceiro amplia a dimensão do particular para atingir a questões problemáticas que atingem a sociedade contemporânea, revelando o drama do homem citadino. Em Pura Impressão, encontramos uma obra dividida em cinco partes nas quais as poesias são aproximadas por temas. Mostra o percurso de uma mulher, passando desde a juventude até o amadurecimento da fase adulta, revelando o caráter introspectivo e profundo ao mostrar na vida atual desta pessoa uma compreensão mais profunda e abrangente da vida, fazendo-nos lembrar aqui das reflexões memorialísticas das personagens adultas do grande romancista Machado de Assis em suas memórias ficcionais. Este livro da poeta por aqui analisada segue uma ordem cronológica, sorvendo ricamente no gênero lírico traços da narrativa.

No segundo livro escrito por esta autora extraordinária, Um coração que canta, temos uma obra singularíssima ao narrar os mais recentes anos da autora rumo ao seu ideal de ser poeta. A história poetizada é dividida em três partes que apresentam nomes de canções, também seguindo a linearidade cronológica. Tal esquema tem um objetivo específico: mostrar os estados de alma pelos quais a personagem passa no decorrer de sua vida. Mais uma vez, temos aqui a simbiose entre prosa e poesia, aliando duas formas que se encaixam perfeitamente pela maestria da autora Bernadete Bruto. Tal livro tem ilustrações em forma de desenho que se casam lindamente com cada poema apresentado. O projeto gráfico foi elaborado por Paulo Victor de Melo.

Em seu mais recente livro, Querido Diário Peregrino, encontramos uma obra poética que é escrita em forma de diário, sendo que aqui a autora se estende do interior para fora ao abordar questões que afetam a sociedade. Este livro foi feito em parceria com o talentoso fotógrafo Wagner Okasaki. Tal união de talentos tem um propósito: fazer a complementariedade entre texto e imagem, produzindo uma rede de significados e símbolos de forma magistral.

Em Querido Diário Peregrino, temos o reflexivo poema “Rio da Cidade” que bebe da fonte cotidiana e presente para criticar a poluição urbana: Rio/- Água lamacenta -/Que corta/Enfeia/Minha Cidade//Não sei se sinto mais pena de mim/Ou do rio... Numa simbiose perfeita entre eu/natureza/mundo, a poeta não sabe se tem pena dela mesma ou do rio. O caráter psicossocial anteriormente descrito aqui adquire ares de universalidade, podendo atingir o mundo. Finalizando, podemos dizer que estamos diante de uma autora criativa, sensível e aberta aos apelos do eu e do mundo


Fonte: Divulga Escritor Por Alexandra Vieira de Almeida Doutora em Literatura Comparada




Linda Bela Cosméticos

2 comentários:

  1. Lindo, lindo, ver o Jatauba News, apoiando Literatura Nacional, Obrigada.

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  2. Lindo, lindo, ver o Jatauba News, apoiando Literatura Nacional, Obrigada.

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