Em participação no programa Rádio Debate, o deputado federal pernambucano Pastor Eurico (PSB) falou sobre a polêmica em que se envolveu ontem (21), durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em relação a sua manifestação contra a apresentadora Xuxa.
Na sessão polêmica, estava sendo debatido o projeto que proíbe pais e responsáveis a utilizar, como forma de educar crianças, agressões físicas, projeto conhecido como a “Lei da Palmada”.
Durante duas falas, Pastor Eurico chegou a afirmar que Xuxa teria cometido uma das maiores agressões contra as crianças, referindo-se a polêmica participação da artista no filme “Amor, estranho amor” (1982), em que ela protagonizou uma cena de sexo com um adolescente de 12 anos e que ela não teria o direito de estar ou falar naquela sessão.
Como consequência, o pastor, que é integrante da chamada “bancada evangélica”, foi destituído como representante do partido na sessão, tida como a mais importante da Câmara, e gerou uma nota do partido, que afirmou não corroborar com as palavras do pastor.
Indagado se arrependia das palavras, o pastor respondeu:
“Porque me arrepender de algo que está engasgado em milhões de pessoas pelo Brasil, concernente a essa apresentadora, que um dia foi um ícone para essas crianças, que trouxe alegria para essas crianças e, depois do auge da carreira, resolve fazer filme pornô, com cena de relação sexual com crianças… Isso não é violência contra as crianças?! Se estávamos discutindo, ontem, a violência contra as crianças, violência não é só bater, espancar ou deixar escoriações. A violência também vêm através da mídia, dos programas de TV, das barbáries que acontecem e, principalmente, desde o ano de 1982, o povo está engasgado”, frisou.
Pastor Eurico foi mais além, citando que a presença de Xuxa foi uma forma encontrada pela base governista para aprovar o projeto e “fazer média com a sociedade” e que ela, naquela sessão seria um incentivo a pedofilia no Brasil.
Já sobre o posicionamento do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), um dos líderes do partido que o destituiu da comissão em uma tentativa de amenizar o possível desgaste ao projeto presidencial da legenda, Eurico citou que o episódio se deve apenas ao político do Rio Grande do Sul, mas que isso nada interfere no cenário estadual em apoiar o projeto presidencial de Eduardo Campos (PSB).