Alguns petistas, apesar de ser um número muito pequeno de contrários, se mostraram insatisfeitos com a ausência da presidente Dilma Rousseff (PT) na reunião do Diretório Nacional do partido, neste sábado (20). Fora do centro da reunião, mas em momentos como o do “cafezinho”, houve quem chamasse a atenção do partido para que se tenha um relacionamento mais próximo com a chefe do Executivo Federal. O encontro foi realizado em Brasília com o intuito de debater a conjuntura atual do País e a presidente era uma convidada bastante esperada.
Dilma Rousseff entregou uma carta aos membros do Diretório Nacional da sigla defendendo a realização de um plebiscito para a reforma política e reafirmando que o governo e o partido ouviram a voz das ruas. Ela atribuiu a ausência aos preparativos para a recepção do papa Francisco. De acordo com o secretário de Habitação do Recife, Eduardo Granja (PT), o documento justificou a sua ausência e o conteúdo dele foi muito ao encontro do que foi discutido na reunião do Diretório.
A não ida da presidente pode ter frustrado aqueles que queriam ouvi-la ou vê-la. Apesar dos comentários, o petista afirmou que Dilma não está sendo mal vista pelo partido. “Pelo que vi no Diretório foram elogios da postura corajosa da presidente de ouvir as ruas, propor o plebiscito, além das outras propostas colocadas por ela”, afirmou.
Granja também procurou minimizar as críticas feitas pelo ex-ministro José Dirceu. Para ele, Dirceu falou por si e o que foi colocado não tem relação nenhuma com aquilo que foi discutido no espaço.
“As pessoas não falam isso, mas a sensação que tenho é que as pessoas esperam de Dilma o comportamento que tinham de Lula. Até por serem diferentes, é natural que não seja igual. Mas isso não interfere na direção política que o partido e o governo vem tomando. Existe, para alguns, um certo estranhamento, mas isso não causa nenhum tipo de desgaste político”, disse Eduardo Granja.
O petista ainda afirmou que não viu nenhum deputado ou representante do Diretório Nacional fazer críticas nesse sentido. Os outros comentários foram pontuais e não no momento da reunião. “Não vi de nenhum deputado nem de nenhum representante do Diretório nenhuma crítica nesse sentido”, garantiu.