Jogadores do Sport fizeram a festa diante da torcida rubro-negra. (Foto: André Nery/Folha PE)
WILLIAM TAVARES/FOLHA PE
Quis o destino que a vaga na final do Campeonato Pernambucano,entre Sport e Santa Cruz, fosse decidida nos pênaltis. Talvez para aumentar a tensão e/ou emoção da partida. Talvez para que os torcedores revivessem a última decisão desse modo, no estadual de 2006. Talvez para colocar frente a frente dos dois maiores goleiros que já passaram pelo Rubro-negro e pelo Tricolor. Qualquer motivo vale, porque esse foi um dos dias que vai entrar para a história. E o dono desse capítulo foi o Leão. Vencendo no jogo e nos pênaltis, o Sport está na final do Campeonato Pernambucano.
Nas formações, Santa e Sport optaram por utilizar três volantes cada. Mas em campo as similaridades acabavam por aí. A necessidade de tirar o zero do placar fazia o Leão ser agressivo e pressionar o Tricolor. Os visitantes – sem pressa alguma – tinham comportamento padrão de quem traz a vantagem para o segundo jogo, esperando o erro do adversário para sair em contragolpe.
O jogo era pegado, corrido, mas as chances de gol se resumiam nos vários escanteios desperdiçados das duas equipes. Pouco para um Sport que corria contra o tempo para marcar um gol e suficiente para um Santa que jogava a favor do relógio.
No duelo entre os dois centroavantes, Neto Baiano e Léo Gamalho, o camisa 9 rubro-negro era mais participativo. Aos 22 e aos 24, o atacante obrigou por duas vezes Tiago Cardoso a fazer boas defesas em cobranças de falta. Já o artilheiro coral, na chance que teve frente a frente com Magrão, foi travado por Ferron. Ainda no quesito comparações, Tiago Cardoso era bem mais exigido que Magrão. Aos 28, o camisa 1 espalmou chute de Patric na grande área.
No final do primeiro tempo, os dois melhores lances do clássico até então. Aos 43, Felipe Azevedo perdeu um daqueles gols de tirar a paciência do torcedor. Patric cruzou para o atacante, embaixo das traves, isolar a bola. Um minuto depois, Memo arriscou uma bomba e Magrão fez um milagre.
Tanto Vica como Eduardo Baptista escolheram não fazer alterações no intervalo. A conseqüência foi uma repetição do começo do jogo. Sport em cima, Santa nos contra-ataques. Errando muitos passes no meio, os mandantes passaram a insistir nos cruzamentos na área. Em um deles, Páscoa se antecipou a Magrão e marcou, mas o árbitro deu falta.
Perdendo espaço no meio, Baptista sacou Wendell e colocou Renan Oliveira. Poucos minutos depois, novamente o Leão teve um gol anulado. Após escanteio, Páscoa desviou de cabeça e Neto completou para o fundo das redes, mas o atacante estava em posição de impedimento.
O tempo ia passando, os erros do Sport se acumulando e a paciência dos rubro-negros acabando. As últimas cartadas do Leão foram as entradas de Leonardo e Bruninho. Daí por diante, uma sucessão de falhas. Era passe errado, chute torto, cruzamento fraco. As chances passavam…e o tempo também.
O silêncio nunca esteve presente na Ilha, mas foi ensurdecedor o grito da torcida aos 41 minutos. Lá do fundo da garganta, ou melhor, da alma. O “culpado” foi Leonardo. O atacante aproveitou sobra na área e emendou de primeira. O barulho não deixou margem para dúvidas. Foi o gol que levou a partida para as penalidades.
Pênaltis
O Sport foi perfeito nas cobranças. Leonardo, Renan Oliveira, Patric, Páscoa converteram as penalidades. Léo Gamalho, Renatinho e Sandro Manoel também. Caiu para Carlos Alberto o peso do erro. Magrão defendeu a cobrança do meia e deixou nos pés de Neto Baiano a confirmação da classificação leonina à final.
Local: Ilha do Retiro (Recife/PE)
Árbitro: Sebastião Rufino Filho
Assistentes: Clovis Amaral da Silva e Charles Rosa Pires
Gols: Leonardo (aos 41 do 2º tempo)
Cartões amarelos: Raul, Renan Fonseca, Caça-rato, Oziel, Luciano Sorriso (Santa), Neto Baiano, Aílton, Érico Júnior. Bruninho (Sport)
Renda: R$ 490.260,00
Público: 23.721 torcedores
Sport 1 (5)
Magrão; Patric, Durval, Ferron e Renê; Rodrigo Mancha, Ewerton Páscoa, Wendel(Renan Oliveira) e Aílton(Leonardo); Felipe Azevedo(Bruninho) e Neto Baiano.
Santa Cruz 0 (3)
Tiago Cardoso; Oziel, Everton Sena, Renan Fonseca e Zeca; Sandro Manoel, Luciano Sorriso(Everton), Memo e Raul(Carlos Alberto); Flávio Caça-rato (enatinho e Léo Gamalho. Técnico: Vica