Para o cientista político e coordenador da pesquisa, Adriano Oliveira, o cenário atual consolida a vitória de Câmara. “A tese de Paulo Câmara vencer as eleições se consolida, em virtude do crescimento eleitoral contínuo. Neste momento constato a possibilidade de vitória real no primeiro turno”, observou. “Ele tem amplas condições de permanecer com este quadro inalterado, se não houver nenhum fator relevante. É muito grande a chance de Paulo se eleger”, corroborou o analista e também coordenador do levantamento, Maurício Romão.
Questionado sobre a possibilidade da ascensão de Armando Monteiro, com os percentuais de voto que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem recuperado, Oliveira ressaltou a força do “eduardismo” no estado. “É possível, mas não é tão boa. Para isso ocorrer precisamos desprezar a força do eduardismo, pois os eleitores tendem a votar naquele que tem o legado de Eduardo Campos”, pontuou. “É possível de que Armando tenha uma reviravolta e leve a disputa para o segundo turno ou venha ganhar a eleição, mas esta possibilidade é remota”, acrescentou o estudioso.
Segundo o IPMN, os candidatos Zé Gomes (PSOL), Miguel Anacleto (PCB), Jair Pedro (PTSU) e Pantaleão (PCO) não atingiram um ponto percentual de acordo com o levantamento. Os indecisos (brancos e nulos/não souberam responder) neste levantamento somam 27%, o percentual reduziu, em comparação a última pesquisa divulgada no início de setembro, antes eles eram 35%.
O dado é significativo para a exploração dos candidatos, principalmente de Paulo Câmara, segundo Romão. “Os indecisos tendem a ir, na maior parte, para Paulo Câmara. Isso dá mais um reforço argumentativo para a vitória do socialista”, frisou.
A amostra foi a campo nos dias 22 e 23 de setembro e consultou 2.480 pernambucanos. O levantamento foi registrado junto a Justiça Eleitoral, sob os números PE-00028/2014 e BR-00743/2014, no dia 18 de setembro de 2014. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2,0 pontos percentuais para mais ou para menos.
Percentuais por regiões
A liderança de Paulo Câmara permanece quando a aferição é analisada por regiões do estado. Na capital pernambucana, maior colégio eleitoral, o socialista aparece como o preferido por 43% do eleitorado, já Armando teria 24% das intenções e os candidatos Jair Pedro e Pantaleão um ponto percentual cada. Nas outras cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), o ex-secretário da Fazenda atinge à casa dos 41% e o senador licenciado teria 34% da preferência. Neste cenário, Miguel Anacleto e Jair Pedro aparecem com 1% cada.
A vantagem de Câmara sobre o petebista é ainda maior quando se chega a Zona da Mata, na região ele ganharia no primeiro turno, com 51%, e Armando configuraria 20% das intenções. Já no Agreste a disputa fica acirrada, com um empate entre eles. Ambos chegam a 34%.
O cenário muda, quando chega ao Sertão do estado. Lá Armando Monteiro lidera com folga e venceria o pleito no primeiro turno por 53%, contra 28% de Paulo Câmara. A preferência se repete no Vale do São Francisco, o senador licenciado atinge 46%, enquanto o afilhado político de Campos tem 31%.
“Neste instante, Paulo Câmara está em empate técnico no Agreste, mas é possível, diante dos apoios, que ele possa vir a obter, não a vantagem grande, mas a vitória nesta região. Armando, por sua vez, observamos que ele continua a liderar no Sertão e no Vale do São Francisco, principalmente no Sertão. Porém nas outras regiões ele continua em segundo lugar e com um percentual muito aquém, em relação ao primeiro lugar”, avaliou Adriano Oliveira.
O maior percentual de indecisos por região está no Recife, 32%, e o menor no Sertão, 19%. Os candidatos não citados nos cenários não atingiram um ponto percentual.
Votos válidos: Paulo Câmara venceria no primeiro turno
Caso o pleito eleitoral fosse hoje, considerando os votos válidos, o candidato do PSB seria eleito governador de Pernambuco no primeiro turno, com 53% da preferência. Armando ficaria com o segundo lugar, com 45% dos votos e os outros postulantes somariam a 2%. A computação dos votos válidos é uma novidade deste levantamento do IPMN.
Os percentuais foram aferidos de acordo com as intenções de voto de cada candidato no questionário estimulado, extraindo os votos brancos e nulos (veja no gráfico). Da mesma forma como a Justiça Eleitoral computa e divulga os percentuais no dia da eleição.
“Excelente vantagem para Paulo Câmara. Em votos totais ele tem maior preferência do que Armando Monteiro e não há uma terceira força, por isso a eleição tende a ser finalizada no primeiro turno”, observou Maurício Romão.
Dados espontâneos
A liderança de Paulo Câmara também é confirmada pela primeira vez no levantamento espontâneo, quando os pesquisadores não mencionam a lista com os postulantes ao Palácio do Campo das Princesas. Ele receberia 35% dos votos e Armando Monteiro 29%.
Apesar de ter falecido há quase dois meses, Eduardo Campos também é citado para governar Pernambuco, assim como as candidatas à presidência da República, Marina Silva (PSB), e Dilma Rousseff (PT). Eles teriam 1% da preferência, cada.