Uma enfermeira de 24 anos morreu nessa quinta-feira (4) horas após tomar um medicamento na veia no Hospital dos Servidores de Pernambuco (HSP), onde trabalhava. Adriana Frade era recém-formada pela Universidade de Pernambuco (UPE) e atuava há cerca de um mês na unidade de saúde.
De acordo com a irmã, que preferiu não se identificar, Adriana teria pedido a um técnico em enfermagem para aplicar Buscopan endovenoso para aliviar sintomas de cólica menstrual. "Segundo o que o médico nos falou, na hora ela pediu para que o técnico parasse, porque não estava se sentindo bem, mas ele já havia injetado tudo praticamente. Ela disse que estava com coração acelerado e logo em seguida começou a convulsionar", relatou.
Os médicos, então, teriam socorrido Adriana, que teve a primeira parada cardíaca. De acordo com as informações repassadas à família, os profissionais reanimaram a enfermeira durante 50 minutos, conseguindo fazer com que ela voltasse a ter sinais vitais. A jovem, então, foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
"Isso teria acontecido por volta das 10h15, 10h30 da manhã. Nós fomos avisados quase ao meio dia. Ligaram pedindo que a gente fosse até o hospital, porque minha irmã tinha passado mal com uma medicação. Ela já estava na UTI", lembra a irmã.
Na Unidade de Terapia Intensiva, a enfermeira teve outra parada cardíaca e não resistiu. "Achei estranho, porque ela fazia uso de Buscopan em comprimido e é um remédio comum. Ela não era alérgica a nenhuma medicação."
Só depois a família soube que outra história circulava nos grupos de funcionários do hospital e de outras unidades de saúde. "Disseram que tinham trocado as medicações. Que ao invés de Buscopan, deram noradrenalina para ela. Conhecemos pessoas que trabalham em outros hospitais, que disseram que a informação chegou por lá e seria de troca de medicações também. A farmácia teria liberado errado, porque as ampolas são parecidas."
O corpo de Adriana foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para perícia e liberado com um laudo provisório, com causa da morte indeterminada. "A gente não tem provas concretas, mas eu acredito que foi um erro. Eu realmente queria que tivesse sido uma alergia, porque seria mais fácil de aceitar", lamentou, emocionada, a irmã. "Agora é esperar esse novo laudo do IML. Torço para que tenha sido uma reação alérgica. Se não for, vamos ver as medicas cabíveis", completou.
O enterro da jovem foi nesta sexta-feira (5), no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.
Resposta do Hospital dos Servidores
Em nota, o Hospital dos Servidores informou que registrou um "acidente envolvendo uma enfermeira que fez uso de medicação intravenosa, levando-a a graves consequências ao seu estado de saúde." O comunicado diz ainda que o corpo clínico do hospital adotou todos os procedimentos possíveis para salvar a vida da profissional. "No entanto, pela gravidade do quadro, a mesma veio a óbito.
A direção do hospital lamenta muito a perda de sua colaboradora e está prestando toda a assistência à família. Os fatos e circunstâncias serão objeto de apuração por meio dos devidos processos legais, em todas as instâncias cabíveis." Fonte: Jornal do Comércio