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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Motorista derrota o prefeito chefe em Iguaracy



IGUARACY – Do mesmo chão esturricado e da mesma pátria de mãos calejadas que levaram o cantor e compositor Maciel Melo, filho mais ilustre da terra, a buscar inspiração para o seu “Caboclo sonhador”, o voto livre e democrático da pequena Iguaracy, a 365 km do Recife, gerou um dos maiores fenômenos das eleições municipais deste ano no País: José Torres Lopes Filho, o Zeinha, 49 anos, como é conhecido o prefeito eleito pelo PSB no segundo menor colégio eleitoral do Sertão do Pajeú.

Uma peculiaridade o distingue dos demais eleitos. É motorista concursado da Prefeitura Municipal e desbancou o seu chefe, o prefeito Francisco Dessoles (PTB), aplicado ao velho e surrado modelo coronelista de governar. Na região do Pajeú, uma das mais miseráveis do Estado, atingida por uma seca que já se estende por mais de cinco anos, a vitória de um político simples, de poucas letras, virou o assunto mais comentado dos últimos dias, se constituindo na maior surpresa saída das urnas.

Embora esteja no quarto mandato de vereador, tendo sido vice-prefeito em 2008 e também já assumido a direção do hospital local, Zeinha nunca largou o volante da única ambulância do município, cumprindo o duro ofício de transportar pacientes para os hospitais regionais de Afogados da Ingazeira, Arcoverde e até Recife, em casos considerados mais graves, o que é, na verdade, uma grande rotina no Sertão devido à precariedade dos serviços prestados pelo Estado na rede pública de saúde.


Tanto que, após ser eleito no último dia 2, Zeinha soube que estava escalado para o plantão do dia seguinte, festejou a vitória até tarde da noite, mas se apresentou às sete da manhã para o expediente normal de trabalho como motorista. “Chegando à garagem, um colega fez a troca de plantão comigo e disse que era o seu presente pela minha eleição”, relembra. Nas urnas, no dia anterior, ele havia batido o prefeito por uma diferença de 661 votos.

Em números reais, teve 3.830 votos, 54,72% do total apurado, enquanto o prefeito, que tentava a reeleição, obteve 3.169 votos (45,28%). Em 34 seções espalhadas no município, brancos somaram 99 e nulos 406. Houve ainda uma abstenção de 17,5% do eleitorado. Ter virado prefeito não foi uma façanha fácil para Zeinha. Na região do Pajeú, berço de poetas, trovadores e de tradições eleições acirradas, o prefeito Francisco Dessoles estava reeleito na boca do povo e nas pesquisas encomendadas pelo seu partido, o PTB, do senador Armando Monteiro Neto.

Até porque havia voltado ao poder em 2012, quatro anos depois de governar o município por dois mandatos e bancado com o seu poderio a eleição do bem avaliado prefeito Albérico Cordeiro, de quem tomou na marra o direito da reeleição na mesma eleição. O mesmo Albérico, que não pôde enfrentar o velho aliado que virou adversário, passou para o palanque de Zeinha, puxado pelo também ex-prefeito Pedro Alves, médico conceituado, que já governou o município e que não disputou pela oposição porque teve que se submeter a uma cirurgia no start da campanha.

“Estávamos decididos a apoiar doutor Pedro, mas este foi arrastado para a mesa de cirurgia. Procurei o nosso grupo político e disse que alguém teria que enfrentar o coronel (Dessoles) e que estava colocando meu nome à disposição”, disse Zeinha, que acabou sendo aclamado o candidato de uma aliança encabeçada pelo PSB e integrada pelo PMDB, PV, PHS e PT, tendo como candidato a vice-prefeito o próprio Pedro Alves, mesmo tendo este se submetido a um tratamento de saúde.

Na campanha, o motorista que passou a perseguir o poder assistiu a uma campanha suja, agressiva e preconceituosa pelo fato de não ter um anel de doutor. “O prefeito e seus aliados diziam que a gente era lama. Diziam que eu não podia ser prefeito porque não tinha sequer uma casa própria para morar”, afirmou Zeinha.

Segundo ele, outra temática que prevaleceu foi a da campanha do milhão contra o tostão. “A oposição de não passa de lama pra gente pisar, diziam eles”, lembra o prefeito eleito, para acrescentar: “Isso inspirou o cantor Maciel Melo, nosso aliado, a compor o jingle da nossa campanha com o mote de que lama é água e água, portanto, é vida”.

No embate, o povo adotou Zeinha com o slogan “Eu quero o liso, não quero o barãozinho”, numa referência ao prefeito. Monstro sagrado em sua terra natal, Maciel Melo, que nunca havia se envolvido em questiúnculas políticas no berço do seu batismo, abraçou a causa de corpo e alma, sendo uma figura importante na campanha da oposição, a ponto de fazer caminhadas e discursos em palanque.

“Vou voltar a cantar na minha terra, que vai sepultar o coronel Saruê”, dizia Maciel, que durante o reinado de Dessoles nunca teve o direito e a alegria de fazer shows para seus conterrâneos na festa de São Sebastião, em janeiro, a mais tradicional do município. Natural de Jabitacá, distrito e segunda maior zona eleitoral do município, localizada a 18 km do centro, Zeinha encantou o povo, mas só não conseguiu agregar toda a sua família em torno do projeto de governar Iguaracy.


Chico Torres, seu irmão vereador reeleito, por ironia do destino, ficou longe do seu palanque, optando pela aliança adversária, sustentada no mote da reeleição do prefeito. “Ele já estava na base do prefeito e eu não quis contrariá-lo”, garante Zeinha. Nem mesmo os conselhos do prefeito demoveram Chico de se opor ao irmão. “Eu disse a Chico que se eu fosse ele não votaria contra um irmão, mas ele insistiu”, afirma o prefeito Dessoles.

Se não contou com o irmão ao lado, Zeinha passou a ter um diferencial em sua campanha: Mary Delanea, sua esposa, diretora da 10ª Gerência Regional de Saúde – Geres – em Afogados da Ingazeira. Seu braço direito não chegou ao cargo da maior estrutura do Governo do Estado que cuida da saúde da população do Pajeú por obra do acaso ou apadrinhamento político. Na função desde o segundo mandato do ex-governador Eduardo Campos, ela foi nomeada por meio de seleção pública, tanto na primeira vez quanto na reeleição, agora no Governo Paulo Câmara.

“Dei uma forcinha”, brinca Mary, que esteve presente em todos os momentos decisivos do embate eleitoral. Em Jabitacá, segunda maior zona eleitoral do município, Zeinha saiu das urnas com 481 votos de frente. Também foi o mais votado no povoado de Catingueira e na sede, perdendo apenas no distrito de Irajaí. “Só perdi em cinco urnas”, garante o prefeito eleito, lembrando que conseguiu atrair facilmente o apoio do eleitor jovem e dos mais esclarecidos também pelo que considera o fator rejeição à gestão do prefeito.

“Dessoles, que parecia imbatível, cometeu muitos erros, entre os quais o de tentar incutir na população a ideia de que eu, por ser uma pessoa simples e sem formação superior, não teria condições de administrar o município. Chegou a dizer que não se podia entregar a Prefeitura a uma pessoa que não tinha a menor noção em gestão pública e que precisaria fazer um curso para aprender a administrar a cidade”, afirmou.

“Jabitacá botou Zeinha, seu filho ilustre, no coração. Aqui, as caminhadas e comícios atraiam multidões e já nos davam a certeza de que a vitória era nossa”, relata o ex-vereador Janduí Nunes, que teve quatro mandatos e não quis tentar este ano mais uma vaga no parlamento municipal. Para ele, o prefeito perdeu a eleição pela soberba.

“Dessoles achava que não perdia a eleição para um motorista, mas o que prevaleceu também foi a sua alta rejeição. Ele não fez um bom governo desta vez”, disse, parara acrescentar: “O que a gente ouvia aqui nas ruas era o seguinte: o povo quer o liso, não quer o barãozinho”. O trabalhador braçal José de Bia, encontrado dando duro numa obra em meio a um sol abrasador, revelou orgulhoso por Jabitacá passar a ter agora um filho prefeito. “Zeinha é humilde e humano, vai nos representar com muita honra”, disse.


O distrito em que Zeinha nasceu e mora é pobre e sem infraestrura. Não tem sequer um posto bancário ou uma lotérica para seus 5,1 mil moradores pagarem suas contas de égua e energia. Já bem próximo à divisa com a Paraíba, através do município de Monteiro, seu maior drama, a falta de água nas torneiras, foi resolvido com a consolidação do projeto da Adutora do Pajeú, que traz água do rio São Francisco para vários municípios da região.

Do Magno Martins  

Nota de pesar - Diogo Moraes lamenta falecimento de Camilo Simões



"A vida nos surpreende com notícias devastadoras algumas vezes. Infelizmente hoje recebi uma delas, com a partida prematura de Camilo Simões, jovem de 31 anos, Secretário de Turismo e Lazer do Recife. Camilo foi uma pessoa brilhante cujo futuro era promissor. 

Além de atuar na pasta de turismo do município, ele também encabeçou excelentes projetos quando trabalhou como Secretário Executivo da Prefeitura do Recife.

Uma perda inestimável. Transmito à família e amigos a minha solidariedade, desejando a todos muita força neste momento tão difícil. Que Deus conforte o coração de todos."

Sacoleiros da Bahia são alvos de tentativa de assalto na BR-104




Por volta das 22h deste domingo (16), um ônibus que saiu da cidade de Irecê (BA) com destino aos municípios de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, sofreu uma tentativa de assalto nas proximidades do Sítio Cachoeira Seca, mais conhecido como ‘Lampião’ na BR-104, em Caruaru.

Segundo informações, bandidos fortemente armados utilizaram vários veículos na tentativa da ação criminosa, que deram ordem de parada ao ônibus na altura do km 42,5 no Lampião, porém o motorista não obedeceu e os bandidos iniciaram vários disparos de arma de fogo.


Ainda de acordo com as informações, um dos disparos chegou a perfurar o tanque de combustível de um dos veículos dos criminosos, uma escolta de segurança que vinha atrás do ônibus, revidou os tiros onde um dos seguranças chegou a ser atingido de raspão na cabeça e outro recebeu um tiro na perna. Eles foram socorridos para o Hospital de Toritama.

Na oportunidade, o motorista do ônibus perdeu o controle e chegou a cair na ribanceira. Nenhum passageiro saiu ferido na ação, como também nenhum pertence dos passageiros foram levados pelos bandidos.


Blog do Ney Lima

Quinze dias após as eleições Jataúba ainda espera uma definição de quem conduzirá o município a partir de 2017



Passados 15 dias das eleições 2016 o clima de indefinição ainda toma conta da cidade de Jataúba Agreste Pernambucano, após ser reeleito prefeito para o seu quinto mandato Antônio de Roque (PMDB) teve o seu registro de candidatura indeferido pelo TER-PE onde está sob recurso, de acordo com matéria publicada no Jornal do Comércio na última semana Jataúba está entre quatro cidades Pernambucanas que correm o risco te se ter Eleições Suplementares uma vez que o vencedor obteve mais de 50% dos votos válidos.


Entre os situacionistas apesar de todo o desenrolar do processo há um clima de muita confiança de que tudo será esclarecido e de que a decisão será revertida em breve, aliados do prefeito eleito acreditam que a batalha nos tribunais será apenas mais um ingrediente para valorizar a vitória conquistada nas urnas e que a vontade popular expressada nas urnas será respeitada, até o momento Antônio de Roque não se pronunciou oficialmente sobre o caso que deverá ter uma definição nos próximos dias.


Já no campo oposicionista, Chico de Irineu (PTN) ainda não se pronunciou após o pleito e até o momento não se sabe de fato qual será o futuro político do mesmo após o término do seu mandato como vereador em 31 de dezembro, Chico que teve como companheiro de chapa o petista Furibinha, foi o único dos três candidatos que foram para a disputa a ter o seu registro de candidatura deferido sem nenhum problema uma vez que Antônio de Roque e Mamão concorreram através de recurso.


Por outro lado Mamão (PTB) se mostra confiante de que Jataúba terá eleições suplementares, aliados de Mamão esbanjam confiança nos bastidores, pois acredita que em uma nova eleição sem Antônio de Roque na cabeça da chapa do grupo de situação, o petebista teria grandes chances de sair vencedor, para os oposicionistas o grupo de situação hoje não teria nenhum nome forte para enfrentar Mamão e isso lhes daria uma grande chance de vencer uma vez que a diferença foi de apenas 495 em dois de outubro e 134 votos se juntarem os votos de Mamão e Chico de Irineu.


Nos próximos dias essa situação deverá ser definida e assim a população Jataubense saberá de fato quem conduzirá os destinos do município a partir de 01 de janeiro de 2017, enquanto isso algumas perguntas ficam no ar, e as respostas só o tempo irá responder. Terá ou não eleições suplementares em Jataúba? Qual será o posicionamento de Chico de Irineu daqui pra frente? Será que 100% dos votos de Chico de Irineu seriam mesmo da oposição ou de Mamão? Teria Antônio de Roque um nome a altura pra concorrer em caso de novas eleições?


J. Silva / Agreste No Ar