O Globo.
O polêmico deputado e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP), ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal, deve ser julgado nesta quinta-feira (22) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele responde pelo crime de estelionato, que tem pena de um a cinco anos de reclusão, por supostamente não ter participado de dois cultos religiosos no Rio Grande do Sul, em 2008, mesmo tendo recebido R$ 13,3 mil para isso.
De acordo com o Ministério Público, um dia antes do show, o deputado enviou um e-mail confirmando a presença. A produtora do evento alega ter tido um prejuízo de R$ 100 mil com a ausência do deputado, além de gastos com passagens, transportes e divulgação.
Em 5 de abril de 2014, Feliciano prestou depoimento no STF a portas fechadas. O processo não está sob sigilo, mas o relator, ministro Ricardo Lewandowski, proibiu o público de assistir ao depoimento. Segundo ele, a medida foi tomada porque a sala de depoimentos é muito pequena e, com a presença de jornalistas e outras pessoas, poderia haver tumulto.
Feliciano ganhou notoriedade no ano passado, após assumir o comando da CDHM, mesmo tendo dado declarações de cunho homofóbico e racista. Isso levou deputados historicamente ligados à causa dos direitos humanos a abandonarem a comissão. A presidência de Marco Feliciano também foi marcada pelos constantes protestos de ativistas contrários às posições do deputado.
Feliciano também é investigado no STF por racismo, mas esse processo ainda está em fase bem menos adiantada. Antes de presidir a comissão, Feliciano disse no Twitter que 'os africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé' e que essa maldição é que explica o 'paganismo, o ocultismo, misérias e doenças como ebola' na África.
Em seguida, ele explicou que sua intenção foi afirmar que, ao fazer esse comentário, é 'como se a humanidade expiasse por um carma, nascido no momento em que Noé amaldiçoou o descendente de Cão e toda sua descendência, representada por Canaã, o mais moço de seus filhos, e que tinha acabado de vê-lo nu'.
Nenhum comentário:
Postar um comentário