Uma descoberta realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de janeiro, reacende o sinal de alerta quanto a possibilidade de um novo surto de arboviroses país. As arboviroses são doenças transmitidas por mosquitos a exemplo da Dengue, Chikungunya e também o Zika Vírus.
O estudo divulgado pela mesma na quinta-feira (21) aponta que o Zika Vírus (que está associado diretamente ao grande aumento de casos de microcefalia, sendo a maior incidência no estado) também é transmitido pela espécie Culex quinquefasciatus, popularmente conhecidas por muriçocas / pernilongos.
Uma pesquisa feita com mosquitos coletados na região metropolitana do Recife, cujos locais foram registrados a presença do vírus em humanos, detectou a presença do zika vírus na espécie, o que comprova que a mesma é sim um dos vetores para transmissão do vírus causador da febre Zika.
Cidades do Polo de Confecções como Santa Cruz do Capibaribe, Taquaritinga, Brejo da Madre de Deus, Toritama e outras enfrentaram surtos de arboviroses. Na fase mais crítica, de outubro a dezembro de 2015, a Capital da Moda chegou a ter mais de 600 atendimentos diários de pessoas com suspeita de ter uma das doenças, isso apenas em adultos.
Preocupação deve ser redobrada
Além da Zika, mosquitos do gênero Culex também são transmissores de outras doenças, sendo uma delas a Filariose ou Elefantíase.
Para quem não conhece, esse tipo de mosquito é hospedeiro de filarias, tipo de verme que, quando entram na corrente sanguínea, se multiplicam especialmente nos vasos sanguíneos, vasos linfáticos ou tecidos, em especial de membros inferiores causando o inchaço e deformação dos membros, que ganham aspecto parecido ao pé de elefante. A doença tem cura apenas na sua fase inicial.
O estudo segue em andamento e, pelo menos por enquanto, o foco de enfrentamento a doença segue mediante a prevenção, através do combate aos focos do Aedes aegypti, espécie que transmite as três doenças já citadas.
Vale ressaltar que o modo de combate também as muriçocas comuns, além dos repelentes, também estão associadas a eliminação dos focos de água parada que, segundo o Ministério da Saúde, 80% deles estão dentro das casas.
Ao contrário do mosquito da dengue, que tem tanto hábitos noturnos como diurnos, as muriçocas picam mais durante a noite.