O possível movimento para emparedar as alas do partido que ainda resistem em concordar com um voo solo do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, foi rechaçado pelo socialista. De acordo com ele, o tratamento que será dado a todos os companheiros do partido é o mesmo que sempre foi dado. “De total respeito, companheirismo, diálogo franco, construção do consenso e unidade partidária”, garantiu Campos. As declarações foram dadas em Bezerros, onde participou da inauguração da Escola Técnica Estadual Maria José Vasconcelos.
No caso de Minas Gerais, onde o PSB nacional trocou o comando da legenda no Estado – saiu o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, que é aliado do ex-presidente Lula (PT), e entrou o deputado federal Júlio Delgado – para tentar montar um palanque forte para o governador de Pernambuco, Campos garantiu que já se vinha discutindo uma mudança na direção em Minas.
“Não tem absolutamente nada de diferente na decisão de Minas Gerais. Isso é um processo que já datava de muito tempo, que vinha se discutindo uma mudança na direção em Minas Gerais já vencida a Comissão Provisória que lá estava e absolutamente o PSB está bem e tranquilo”, despistou.
De acordo com o socialista, o partido nunca esteve numa posição tão bem e positiva como essa. “Acho que o debate vai ser sempre necessário na hora certa e nos fóruns certos. O PSB terá um papel importante para ajudar o Brasil em 2014 com muita tranquilidade, muita franqueza e com uma enorme unidade”, garantiu o governador.
O socialista ainda frisou o encontro que teve com a direção nacional, onde todos os presentes fecharam uma posição em torno de uma nota unanimemente. Ele também lembrou do encontro com a bancada federal de senadores, onde, na ocasião, também foi fechada uma posição unanimemente. “Não existem problemas no PSB. Há muito mais problemas em outros partidos que no PSB. Se aparecer no PSB, a gente resolve com diálogo e democracia”, finalizou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 23, que vai lutar com "unhas afiadas" para defender a presidente Dilma Rousseff de ataques dos adversários. Em palestra no Museu Nacional, Lula disse que Dilma é vítima de "preconceito" por parte da elite brasileira e sofre "falta de respeito" por ser mulher.
"Dilma não é mais do que uma extensão da gente lá. Nós seremos responsáveis pelos acertos e pelos erros que ela cometer", afirmou Lula. Aplaudido pela plateia, formada em sua maioria por negros que participavam do Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, o ex-presidente disse que os "conservadores" começam a "colocar as unhas de fora" para tirar o PT do poder, em 2014 e prometeu ajudar Dilma.
"Eles estão com preconceito contra Dilma maior do que o que tinham contra mim. É a maior falta de respeito a uma mulher da qualidade da Dilma Rousseff. Será que eles têm essa falta de respeito com a mãe deles, com a mulher deles, como têm com a Dilma?", perguntou. Apesar da fragilidade política do governo, Lula acha que Dilma vai superar os problemas. "Tenho a convicção de que ela está no caminho certo, a despeito das dificuldades que enfrenta." Para Lula, a inflação é um "mal a ser extirpado da política econômica" e o governo precisa fazer um "esforço monstruoso" para impedir seu retorno.
Plebiscito.
Em entrevista, Lula saiu em defesa do programa Mais Médicos e do plebiscito proposto por Dilma - e descartado pelo Congresso - para fazer a reforma política. "Se os médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, que a gente traga médicos estrangeiros", disse. "Vamos fazer a reforma política, vamos fazer plebiscito. Por que temos medo dessas coisas?" Ele descartou o "Volta, Lula", que começou a ser entoado no próprio PT. "Não existe essa possibilidade. Eu, se pudesse, ia voltar a jogar bola, mas o Felipão parece que não está me olhando com bons olhos", brincou.
Também alfinetou o PMDB ao falar sobre o número de ministérios. "Estou vendo um zum-zum-zum na imprensa de que tem gente que vai pedir para a Dilma reduzir o número de ministérios. Fiquem espertos porque ninguém vai querer acabar com o Ministério da Fazenda nem com o da Defesa. Vão tentar mexer no Ministério da Igualdade Racial, no das Mulheres e no dos Direitos Humanos", advertiu. A proposta de cortar 14 dos 39 ministérios foi apresentada pelo presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).