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Nesta segunda-feira (24), a NASA atualizou as estimativas de colisão entre o asteroide 2024 YR4 e a Terra. Após semanas em constante crescimento, a probabilidade de impacto – que chegou a atingir 3,1% (o triplo do estimado no momento da detecção do objeto, há dois meses) – está praticamente zerada.
Com tamanho estimado em 55 metros (altura do Castelo da Cinderela, no Walt Disney World Flórida, em Orlando, nos EUA – o equivalente a um prédio de 18 andares), a rocha tem potencial destrutivo suficiente para arrasar uma cidade caso viesse a se chocar contra o planeta.
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Vamos entender:O asteroide 2024 YR4 foi descoberto em 27 de dezembro de 2024 pelo Sistema de Último Alerta para Impacto de Asteroides com a Terra (ATLAS, na sigla em inglês);
Logo após a detecção do objeto, análises determinaram que ele tinha uma chance muito pequena de impactar o planeta em 22 de dezembro de 2032;
Normalmente, a probabilidade de impacto de um asteroide é maior no início e tende a cair rapidamente para zero após observações adicionais;
Desta vez, no entanto, as chances começaram em 1,2% e foram gradativamente subindo, até quase triplicarem;
Agora, o risco está estimado em 0.0039%, o que é praticamente zero.
De acordo com Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, essa redução das possibilidades de impacto já era esperada entre os cientistas. “A expectativa era que até o final de março fossem afastadas todas as chances de que esse asteroide pudesse atingir a Terra”. Essa previsão, como mostram os últimos dados da NASA, se adiantou.
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O asteroide 2024 YR4 visto pelo telescópio Gemini do Sul em 7 de fevereiro de 2025. Crédito: Catalina Sky Survey/ LPL/Dr. Wierzchos/ Bryce Bolin
Choque de asteroide com a Terra poderia arrasar uma cidade
Mas, esta é uma situação definitiva ou as chances de colisão podem voltar a crescer? Segundo Zurita, do ponto que está atualmente (praticamente sem chances de impacto), o que se espera para as próximas semanas é uma definição mais precisa da distância em que o asteroide passará da Terra e o afastamento definitivo de qualquer probabilidade. “Antes disso, pode até haver alguma flutuação no valor desse risco, mas certamente não deve voltar a assustar ninguém. Definitivamente, desse perigo, o nosso planeta está a salvo”, garante o especialista.
O monitoramento do asteroide 2024 YR4, no entanto, está cada vez mais difícil. De acordo com o guia de observação astronômica EarthSky.org, o brilho do objeto é fraco e está reduzindo cada vez mais. Assim, fica complicado adquirir medições de sua órbita. Dentro de pouco mais de um mês, os astrônomos não poderão rastreá-lo novamente até 2028, quando ele se tornará novamente visível.
No momento, a rocha está a cerca de 80 milhões de km de distância, viajando pelo espaço a quase 48 mil km/h. Caso colidisse com a Terra, o objeto explodiria ao atravessar a atmosfera, liberando cerca de 8 megatons de energia – mais de 500 vezes a potência da bomba atômica de Hiroshima. Apesar de não ter força suficiente para causar um evento global, a destruição seria catastrófica para qualquer grande cidade atingida.
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