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Pesquisas recentes têm demonstrado que microplásticos — partículas com menos de meio centímetro — podem atingir órgãos vitais do corpo humano, incluindo o cérebro e o coração. A descoberta levanta preocupações sobre os impactos dessa contaminação na saúde.
Microplástico no cérebro:
A cientista brasileira Thais Mauad, professora do Departamento de Patologia da USP, liderou um estudo que detectou partículas de microplástico no bulbo olfatório, região cerebral conectada ao nariz. Até então, havia dúvidas sobre a capacidade dessas partículas de atravessar as barreiras protetoras do cérebro.
Microplástico no coração:
Outra pesquisa, conduzida pelo cientista italiano Raffaele Marfella, revelou que pacientes com microplásticos na carótida — artéria que transporta sangue do coração para o cérebro — apresentam quatro vezes mais risco de sofrer infartos, AVCs ou até morte. Diante da descoberta, Marfella trabalha no desenvolvimento de um tratamento com enzimas bacterianas capazes de degradar os plásticos presentes no organismo.
A extensão do problema:
Além do cérebro e da carótida, estudos já identificaram microplásticos no pulmão, fígado, rins, leite materno, sêmen e até na corrente sanguínea. No entanto, os efeitos a longo prazo dessas partículas no corpo humano ainda estão sendo investigados.
Redução na produção de plástico é o maior desafio:
Especialistas entrevistados no programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, destacam que a reciclagem, apesar de importante, não é suficiente para solucionar o problema, pois muitos plásticos podem ser reciclados apenas uma ou duas vezes.
“O que o Ministério do Meio Ambiente deseja é que o plástico seja usado na menor quantidade possível, devido ao impacto causado nos oceanos, no solo e na saúde humana”, afirma Eduardo Rocha, diretor de Gestão de Resíduos Sólidos da pasta.
A busca por alternativas sustentáveis e a redução da produção global de plástico são apontadas como as únicas soluções viáveis para minimizar os riscos à saúde.
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