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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Armando Monteiro exalta Eduardo Campos e faz ressalvas a Dilma




O senador pernambucano Armando Monteiro Neto (PTB), cotado para se lançar ao Governo do Estado em 2014, possivelmente com o apoio de Eduardo Campos (PSB), foi só elogios ao governador de Pernambuco, que ensaia um voo nacional para a Presidência da República. Em encontro promovido nesta segunda-feira, o petebista também fez muitas ressalvas à gestão de Dilma Rousseff (PT).

No embalo dos baixos números da economia nacional, Armando Monteiro afirmou que o país "criou travas" que agora vêm à tona. Uma delas teria sido por motivações ideológicas do PT: as privatizações. Para Armando, não há dúvidas de que o Governo tem o papel de regular, mas que o investimento deve vir do setor privado. "O Governo perdeu tempo por conta da hesitação ideológica sobre a privatização. Poderíamos estar mais avançados nos aeroportos, rodovias e ferrovias", afirma.

"Quando o país crescia 10% ao ano, o vento soprava a favor. Mas quando o vento mudou, expôs as nossas mazelas. O Brasil ficou caro para os que produzem. A energia é cara, a logística é cara... Dilma tem olhado para isso. Tem desonerado a folha de pagamento em boa hora. Estamos na direção correta", avalia.

Para ele, a elevação em torno de 1,2% do PIB este ano é uma frustração, por estar crescendo menos que os demais países do Brics e com alta equivalente à metade do crescimento do PIB mundial.

O senador afirma que o atual quadro se deu por conta do modelo escolhido pelo país, o da expansão do crédito. Com o endividamento da população, a expansão de crédito desacelerou. "Mas agora o Governo dá preferência a parcerias. Isso vai contribuir para deslanchar a economia". O petebista destaca, porém, que a gestão petista tem o mérito de conseguir evitar que o fraco desempenho econômico tenha forte impacto sobre o mercado de trabalho. Ele avalia que se o país crescer 3,5% em 2013, o índice de deemprego se mantém baixo.

"O PIB chega à maior parte da população quando se reflete no desemprego. E o mercado de trabalho não tem sido muito afetado pela economia. O desemprego está em torno de 5,5%, número baixo para os padrões do Brasil. Então a população continua confiante, que se reflete na alta aprovação de Dilma."

Armando Monteiro destaca que, em meio aos tropeços da economia nacional, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), tem o mérito de fazer o Estado crescer acima da média nacional. "Pernambuco se destaca. No momento em que a indústria no Brasil enfrenta dificuldades, Pernambuco se industrializa. Mas não somos uma ilha e estamos sendo prejudicados pela situação do país", lembra.

Ainda elogiando o modelo de gestão de Eduardo, Armando disse que está acontecendo em Pernambuco uma "convergência entre sociedade e Governo". "Como um estado de ajuda. A população reconhece o empenho do Governo e a gestão retribui através de políticas públicas. Uma aliança para Pernambuco crescer além dos horizontes de mandato", comemora.

DIREITO DE CRITICAR - Questionado sobre as críticas veladas que Eduardo tem feito à gestão de Dilma Rousseff (PT), principalmente no quesito economia, Armando Monteiro defendeu que o socialista, mesmo no mesmo campo político que a presidente, tem o direito de fazer críticas.

"O PSB tem sua própria posição, não é subordinado a qualquer decisão. O partido tem independência e isso se reflete nacionalmente. E aliados podem criticar, sim. Às vezes a crítica pode dar contribuições importantes", afirmou, antes de fazer uma ressalva para não opor Eduardo a Dilma tão cedo. "Discutir federação brasileira não é criticar um governo. Não vejo como crítica", disse.

Entre os elogios ao governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Armando Monteiro levou em consideração a possibilidade de uma candidatura à Presidência da República por parte de Eduardo. Pelos elogios, destacando o socialista como uma liderança a nivel de Brasil, a aliança estadual tende a se repetir nacionalmente.

"Eduardo já é um ator nacional, independente de um projeto de candidatura. PT e PSB compõem a mesma frente nacional com o PTB. Então se surgir uma candidatura alternativa dentro da frente, ela precisa ter uma justificativa. Se isso acontecer, vamos analisar", afirmou, já ensaiando o flerte para 2014, ano em que ele prometeu "trabalhar para alinhar o PTB com o projeto nacional mais interessante".

Para ele, se Eduardo Campos entrar na briga pelo Palácio do Planalto, tende a levar vantagem sobre o senador Aécio Neves (PSDB), já declarado candidato tucano à Presidência da República.

"A população brasileira se sente mais confortável neste campo político que ocupamos e que está no poder hoje. Então é muito previsível que se houver uma alternância de poder, seja dentro deste campo, como se deu no Recife", aposta. Na capital pernambucana, aliás, a situação é semelhante à nacional. Após três gestões petistas, o PSB descolou do PT e lançou a candidatura alternativa de Geraldo Julio, que venceu o pleito municipal. "O Recife vai inaugurar um novo tempo administrativo", elogiou.

Visando uma candidatura ao Governo do estado, hoje ocupado por Eduardo Campos (PSB), o flerte de Armando com o socialista pode ser interpretado como um ensaio para o pleito de 2014. Teoricamente o petebista pode enfrentar um candidato do PSB escolhido por Eduardo. Mas, pelo clima e pelo discurso adotado por Armando, afirmando que uma sucessão dentro de uma frente pode, sim, trocar o partido que ocupa a cabeça de chapa, o senador mostra estar apostando num voo nacional de Eduardo, que apoiaria a candidatura de Armando em Pernambuco para manter a Frente Popular unida, reforçando seu nome para a Presidência.

Leia: Armando defende protagonismo do PTB na sucessão estadual

DATAFOLHA - Sobre a recente pesquisa divulgada pelo Datafolha, em que Dilma Rousseff (PT) aparece muito a frente de qualquer adversário na briga pela Presidência, Armando Monteiro disse não se surpreender com os números. No levantamento, Eduardo Campos obteve apenas 4% das citações, atrás do tucano Aécio Neves (12%) e da líder ambientalista Marina Silva (15%), além da petista Dilma, que obteve mais de 50%.

"Não me surpreendo. Dilma tem uma alta aprovação pessoal. Marina tem um recall, já que teve 20% dos votos há dois anos. O percentual do senador Aécio também não tem nada fora do comum. E Eduardo também aparece com um percentual normal. Ele se colocou como ator nacional, mas não é candidato, diferente de Aécio."

Sobre a candidatura presidencial do PSDB, já lançada este ano, Armando não avaliou como precipitada, mas como necessária para a oposição. "PSDB precisava lançar candidatura. A oposição estava sem representante após a derrota de Serra em São Paulo. E não acho que a exposição pode, necessariamente, desgastar a imagem de Aécio. Dependendo da qualidade do produto, a exposição do produto pode ser positiva ou negativa", afirmou, entre risos, evitando fazer juízo de valor do seu boêmio companheiro de Senado, que já foi pego em blitz da Lei Seca e flagrado bêbado perambulando por bares do país.

"Aliás, quero deixar claro que eu bebo!", brincou.

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