Presidente escolheu o termo para associar a prática à crime hediondo (Foto: Reprodução/Internet)
A presidente Dilma Rousseff (PT), ao defender a adoção da tipificação hediondo para os crimes de corrupção no País, teve o “cuidado” de associar, durante o anúncio dos cinco pactos propostos por ela, ontem (23), a prática a ser combatida ao termo doloso. Aquele mesmo que indica a intenção em realizar determinado ato, provocar determinado efeito. O agente ativo do “malfeito”, escolhendo uma palavra que a petista utiliza bastante, passaria a responder da mesma forma que o praticante de delitos como assassinato, por exemplo. Mas será que existe realmente uma corrupção culposa, sem o intuito de leso ao patrimônio público?
A escolha do doloso na associação que pode tornar o a corrupção um crime hediondo foi, certamente, muito bem analisada por Dilma e o seu estafe. A petista não viria com essa proposta sem que, antes, ela fosse várias vezes discutidas. E ela teve o fim de semana inteiro para isso. Então, dá imaginar o que teria levado a chefe dona Rousseff a propor algo tão específico? Dá, com certeza.
Se pegarmos o caso do mensalão, por exemplo, podemos discutir uma provável corrupção culposa justamente por parte do ex-presidente Lula. O seu governo montou um esquema de compra de apoio político sem a suposta participação do seu chefe maior. O seu governo corrompeu a base aliada. E todos lembram que ele “não sabia de nada” sobre o episódio.
Talvez a neoexpressão corrupção culposa caiba, para alguns, muito bem ao maior líder petista. Com essa jogada, Dilma poderia posar de baluarte da moralização da política brasileira, deixando, de quebra, seu antecessor e padrinho de fora do novo contexto.
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