* Por Cláudio Soares
Prefeitos de todo Brasil se organizam no mês de outubro para reclamarem da escassez de dinheiro nos cofres das prefeituras - engraçado nessa historinha é que nenhum prefeito tem coragem de renunciar ao mandato ou mesmo demitir seus súditos, os chamados cargos comissionados.
O fato é que a incompetência, o fisiologismo, a barganha política, corrupção, apadrinhamento e a irresponsabilidade de muitos chefes do poder executivo deixaram a maioria das prefeituras inchadas de pessoas ociosas, lotadas de verdadeiros parasitas puxa-sacos e aduladores de carterinhas. Isso tudo ocorre para acomodar cabos eleitorais e pessoas indicadas por vereadores da base governista, em cada município.
É só citar a cidade de São José do Egito, Sertão do Estado, onde o prefeito Romério do PT aumentou o volume de gente dentro da máquina pública, evidente, sem concurso público - visando as eleições de 2016. E para piorar as finanças do município ele arrebanhou recentemente dois vereadores da oposição e, consequentemente, permitiu empregos para mais de 30 pessoas ligadas a esses parlamentares - agora vem culpar a crise financeira que seu próprio PT que "governa" o país foi que culminou levando a nossa economia ao abismo.
Como pode uma cidade com pouco mais de 30 mil habitantes, mas o prefeito receber quase 18 (dezoito mil reais) por mês, ou mesmo um vereador receber acima de 5 (cinco mil reais)? Friso isso acontecendo em São José do Egito - e que em outras prefeituras da região não é diferente.
Os prefeitos vivem reclamando, mas é difícil ouvir falar que eles cortaram seus próprios salários pela metade, que os secretários tiveram seus salários reduzidos, que as festas com bandas caras realizadas em seus redutos foram esquecidas, que os postos de gasolina não abastecem mais os carros dos parentes, que os veículos públicos apenas andam o essencial, enfim...
Prefeito irresponsável e gestão incompetente é o que não falta na maioria das prefeituras espalhadas por este Brasil afora. Vejam que nunca ouvimos falar que um prefeito renunciou ao mandato porque o município está quebrado. Na verdade, se o PT continuar à frente deste País quem vai quebrar somos nós sacrificados com tanto impostos, tanta roubalheira, corrupção e safadeza de um partido que um dia foi a esperança que vencia o medo.
Por último, é inadmissível que as associações que representam essas prefeituras somente falem de crise financeira em véspera de eleição, esse sentimento é egocêntrico e total desrespeito à coletividade. Quando a AMUPE vai ficar do lado do povo, quando essa importante entidade vai fazer uma campanha pela ética e contra os absurdos nos salários dos senhores prefeitos? Afinal, municipalismo forte se faz defendendo a moralidade.
* Jornalista e bacharel em direito
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