A rebelião ocorrida na madrugada deste sábado (21) no presídio de Santa Cruz do Capibaribe teria sido motivada pela apreensão de drogas feitas no local na semana passada, segundo o presidente Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco (Sindasp-PE) João Carvalho. O ocorrido terminou ainda pela manhã, com um morto, 13 feridos e três fugitivos.
A fuga foi realizada por três presos que tinham permissão para trabalhar no setor de limpeza do presídio. “Eles tinham acesso a pavilhões e setores, mas o que contribuiu para a fuga foi a situação de superlotação e a falta efetivo tanto na parte interna quanto externa”, descreveu o presidente do Sindasp-PE. O tumulto começou no pavilhão A.
Construído em 2015 com 186 vagas, o lugar comporta atualmente 455 presos. Ou seja, 2,44 vezes mais que a capacidade. No local, apenas três agentes penitenciários cuidam da ordem. “É preciso ter uma agente do sexo feminino para realizar as revistas, então ela não vai à área das celas. Não tem como fazer revistas, porque são apenas dois agentes que circulam pelos corredores. Também não manter quatro guaritas desta forma”, pontua Carvalho. “O trabalho é dificílimo”, enfatiza.
O nome dos fugitivos são: José Marcelo Morais Santana, Carlos Alberto de Souza e Gilvano Manoel Gomes Carvalho. Bruno Leonardo da Silva veio a óbito durante o tumulto.
Superlotação
A superlotação em presídios no país não é um problema recente, mas vem ganhando destaque com a série de rebeliões e mortes nos estados. Apenas este mês, penitenciárias no Amazonas, Roraima, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Espírito Santo somaram mais de cem mortos e diversos feridos.
Outro caso
Em julho do ano passado, a penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, passou por dois dias de rebelião, deixou seis mortos e mais de vinte feridos. Após o ocorrido, 200 presos foram transferidos, mas a superlotação, na época, era de 1.542 homens.
Folha de PE / Foto: João Carvalho
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