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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Marcos Valério diz à Procuradoria-Geral que Lula recebia dinheiro do mensalão


Fotos: reprodução

O publicitário Marcos Valério, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República ainda em setembro, afirmou que o esquema do mensalão ajudou a pagar despesas pessoais do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, reiterando que o petista sabia da existência do esquema e não se furtava a ser beneficiado por ele.

O depoimento foi concedido voluntariamente pelo empresário à PGR logo após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Valério queria receber, em contrapartida, proteção e redução da sua pena. A oitiva rendeu 13 páginas e estava mantida em segredo até ser revelada, nesta terça-feira, pelo O Estado de São Paulo. A documentação é assinada pelo advogado de Valério, o criminalista Marcelo Leonardo; pela subprocuradora e pela procuradora da República, respectivamente Cláudia Sampaio e Raquel Branquinho.

Marcos Valério disse ter repassado dinheiro para arcar com gastos pessoais de Lula, já no início de 2003, primeiro ano da gestão do petista. Os recursos - no valor de R$ 98 mil e 500 reais - teriam sido depositados na conta da empresa de segurança Caso, pertencente ao ex-assessor da presidência Freud Godoy, um "faz tudo" de Lula. A SMPB, empresa de Valério, fez o depósito na conta da Caso em 21 de janeiro de 2003, de acordo com os dados levantados pela CPI dos Correios, realizada em 2005. Teria havido ainda outro repasse, não especificado por Valério.
Marcos Valério afirma que Humberto Costa recebeu dinheiro do valerioduto

Segundo o depoimento do publicitário, Lula teria autorizado que as empresas de Valério fizessem empréstimos com os bancos BMG e Rural. Tais operações foram consideradas pelo Supremo Tribunal Federal como fraudulentas e o dinheiro teria sido usado para comprar apoio político no Congresso Nacional.

O relato fala ainda que os valores dos empréstimos foram acertados num encontro, em 2003, no segundo andar do Palácio do Planalto. Estavam presentes o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, e Delúbio Soares, tesoureiro do Pt na época. Na reunião, Dirceu teria avisado que Delúbio - ao negociar com Valério - estava como porta-voz e Lula. O empréstimo autorizado por Dirceu foi de R$ 10 milhões e, em seguida, os três se dirigiram ao gabinete de Lula, que teria dito "ok".

Dois dias depois valério teria entrado em contato com José Roberto Salgado, então dirigente do Banco Rural, e falado da autorização de Dirceu e de Lula. O empréstimo foi efetuado e, esgotado o limite de R$ 10 milhões, uma nova reunião foi realizada no Palácio do Planalto. Nesta, Dirceu autorizou que Valério pegasse mais R$ 12 milhões emprestados.

Noutro episódio avaliado pelo STF, Lula foi novamente colocado por Valério como protagonista. Segundo o empresário, o petista negociou com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, o repasse de recursos para o PT. Segundo Valério, Lula e o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, reuniram-se com Miguel Horta no Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria R$ 7 milhões para o PT. O dinheiro, conforme Valério, entrou pelas contas de publicitários que prestaram serviços para campanhas petistas.

As negociações com a Portugal Telecom estariam por trás da viagem feita em 2005 a Portugal por Valério, seu ex-advogado Rogério Tolentino, e o ex-secretário do PTB Emerson Palmieri. Segundo o presidente do PTB, Roberto Jefferson, Dirceu havia incumbido Valério de ir a Portugal para negociar a doação de recursos da Portugal Telecom para o PT e o PTB. Essa missão e os depoimentos de Jefferson e Palmieri foram usados para comprovar o envolvimento de José Dirceu no mensalão.

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