Estadão Conteúdo.
Ricardo Teixeira está entre os cartolas investigados por conta de seu apoio ao Catar para sediar a Copa de 2022. Reportagem do Estado de S. Paulo afirma que o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol é um dos alvos devido à sua relação de amizade com Mohammed Bin Hammam, ex-presidente da Confederação Asiática de Futebol e um dos principais agentes do futebol do Catar.
Teixeira é investigado, ainda, por causa de suspeitas de transações financeiras entre o Catar e a CBF logo antes da votação, em dezembro de 2010.
O dirigente brasileiro, que era na época membro do Comitê Executivo da Fifa, não escondeu de ninguém que votou pelo Catar. Um ano depois, ele apoiaria Bin Hammam para a presidência da Fifa, contra Joseph Blatter.
Agora, pelo menos três suspeitas pairam sobre ele. A primeira se refere ao fato de que a CBF recebeu um cachê fora dos padrões para realizar um amistoso da seleção brasileira, justamente no Catar.
Em novembro de 2010, semanas antes do voto, o Brasil jogou em Doha contra a Argentina. Pessoas envolvidas na partida relataram que dois contratos foram assinados. Um, com a empresa que de fato organizou a partida. Outro teria sido fechado diretamente com a CBF, valendo cerca de US$ 14 milhões, para ser dividido entre as duas federações envolvidas.
Outro foco é o envolvimento de Bin Hammam com a empresa ISE, que detém todos os direitos sobre os amistosos da seleção brasileira até 2022. Teixeira e a ISE assinaram o acordo no Catar. A ISE ainda teria dado à Confederação Asiática de Futebol outros US$ 14 milhões para o "uso pessoal" de Mohamed Bin Hammam.
Os investigadores ainda querem saber se há alguma relação entre a votação do Catar na Fifa e o fato de que um amigo próximo de Teixeira, Sandro Rosell, fechou com o emirado um acordo histórico para patrocinar o Barcelona, dias antes da eleição em 2010. Rosell, ex-presidente do Barcelona, mantinha diversos acordos comerciais com a CBF e com a ISE.
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