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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Setores da indústria reagem às críticas de Aécio ao PSI


Valor.

Representantes da indústria reagiram mal aos comentários do senador Aécio Neves (PSDB-MG), principal candidato da oposição à Presidência da República, sobre a política de crédito ao setor praticada pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Armínio Fraga, coordenador econômico da campanha, e o próprio Aécio Neves fizeram críticas ao crédito subsidiado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a empresas, considerado "exagerado" por eles, e apontaram o que veem como erros do governo no Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

O programa garante crédito barato e prazo longo para quem compra bens de capital (máquinas industriais, turbinas, caminhões e outros itens) que tenham um mínimo de 60% de conteúdo nacional.

"Nossa opinião aqui na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) é que quem vê esse subsídio do PSI como equivocado e exagerado tem uma visão extremamente equivocada", disse Lourival Júnior Franklin, chefe de gabinete da presidência da Abimaq. "O PSI é o único instrumento eficaz de política industrial nesse país. O nosso faturamento vem caindo, o investimento vem caindo. Mas não fosse o PSI, o nosso setor estaria muito pior", completou.

Em entrevista ao Valor Econômico, Armínio e Aécio criticaram a forma como o crédito a custo abaixo do mercado do BNDES vem sendo concedido a empresas.

"A concessão de subsídio deve ser exceção e não regra, tem que beneficiar a sociedade como um todo. No governo atual, subsídio passou a ser regra. O governo autorizou que mais de R$ 300 bilhões de empréstimos do BNDES fossem subsidiados via PSI, que pouco aumentou o investimento. Esse tipo de programa não é sustentável. É válido quando é uma resposta temporária a uma forte crise, mas depois o programa passou a ser recorrente, servindo apenas para aumentar, artificialmente, a rentabilidade de projetos privados", disse o tucano.

Em outro momento, o pré-candidato e sua assessoria disse que há "um crescimento excessivo dos subsídios do Tesouro Nacional a vários setores" e que "no caso dos bancos públicos, o governo também aumentou, exageradamente, os subsídios dos programas de empréstimos do BNDES”. Segundo eles, "não é normal em uma economia com taxa de inflação média de 6% ao ano, um banco público emprestar dinheiro para grandes empresas a 3,5% a ano. Enquanto isso o consumidor paga dez vezes mais no seu crediário".

O BNDES, por sua vez, disse que a taxa de 3,5% chegou a ser praticada para algumas linhas do PSI e por um tempo, mas que hoje variam de 4% a 6%. Ainda de acordo com a instituição financeira, o desembolso total até agora é de R$ 272,5 bilhões - 51,5% para micro, pequenas e médias empresas.

Um executivo do setor automotivo, que pediu para não ter seu nome publicado, também recebeu com reservas a avaliação dos tucanos. "O Brasil tem grande problemas de competitividade, gerados, inclusive, pelo custo de capital e pela falta de um mercado de capitais forte e dinâmico. Neste caso, é justificável que o governo supra a necessidade dos investidores incentivando os investimentos comprovados", apontou ele.

O BNDES, por meio de sua assessoria, disse que o PSI "permitiu que o impacto da crise internacional no Brasil fosse muito mais ameno do que em outras partes do mundo" e que tem ajudado a manter e gerar empregos, a ampliar investimentos da empresa e a gerar receitas e tributos.

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