Após ter sido adiada, na semana passada, a votação do relatório final da Comissão Especial da Reforma Política deverá ser realizada hoje, na Câmara Federal, a partir das 14h. A previsão é que a apreciação da matéria ocorra sem maiores problemas, apesar das recentes farpas trocadas entre o presidente da Casa, Eduardo Cunha, e o relator do projeto, deputado Marcelo Castro, ambos do PMDB, em torno da inclusão do sistema eleitoral conhecido como “Distritão” na proposta. Amanhã, a Proposta de Emenda Constitucional deverá seguir direto para votação no plenário.
Conforme o modelo do Distritão, o candidato que obtiver mais votos vence as eleições, independente do seu partido ou coligação. Apesar de não contar com a simpatia da maioria dos membros da comissão especial, o formato foi incluído no relatório pela imposição do presidente Eduardo Cunha. A medida poderá favorecer o seu partido, que possui a maior quantidade de prefeitos eleitos no Brasil (1.023).
Segundo o vice-presidente da comissão especial, deputado Tadeu Alencar (PSB), a resistência em torno do Distritão é grande e este ponto poderá ser retirado do relatório antes mesmo de ir ao plenário, amanhã. “Fizemos um novo destaque supressivo para impedir que esta pauta avance. Como não existe consenso sobre o assunto, é provável que o sistema eleitoral permaneça no formato atual, que é o proporcional”, colocou.
O deputado, que viajou ontem para Brasília para articular a aprovação do relatório, acredita que o presidente Eduardo Cunha terá dificuldades em avançar com sua proposta, que depende de 308 votos para ser aprovada. “É um quórum muito qualificado. Ele disse que se não fosse aprovado o distritão, também seria difícil de passar os outros pontos. Mas acredito que conseguiremos avançar em algumas pautas. O problema é que o sistema é despolitizado e representa a cadeia alimentar em toda sua voracidade. As candidaturas ficariam muito mais caras e as disputas mais injustas”, pontuou.
Da Folha de Pernambuco
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