O Natal na casa da auxiliar de escola Verônica Andrade, 38 anos, e do encarregado de condomínio Evanilson dos Santos, 43, foi mais iluminado. Com a melhoria do salário dos dois, Verônica aproveitou para comprar mais enfeites natalinos. “O orçamento em casa ficou bem melhor e as condições aumentaram bastante. Por causa disso, este ano, aumentei a decoração. Antes, era só a árvore de Natal. Agora, tem um presépio e coloquei piscas-piscas na parede, na escada, na porta. Eu estou muito feliz. Quanto mais luzes, melhor”, brincou.
A nova classe média representa, atualmente, 53% da população brasileira, de acordo com dados da Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo Federal. Com a melhoria das condições financeiras, a tendência é que, assim como Verônica, os hábitos de consumo de quem agora pertence a essa classe sejam diferentes. “Quando as pessoas ascendem financeiramente, elas começam a querer comprar algo que não podiam consumir. Se antes eles só tinham poder para efetuar compras de sobrevivência, agora eles podem realizar sonhos e desejos de consumo”, explicou o professor de Administração de Marketing da Faculdade Boa Viagem, Paulo Roberto da Silva.
E não foi só a decoração da casa de Verônica que estava mais caprichada. A ceia da noite de Natal também cresceu bastante. Essa foi a primeira vez que ela teve chester e vinho na mesa. Frutas, salgados e outras bebidas completarão o jantar. “Todos os anos costumam ser fraquinhos, este ano eu investi mais. Normalmente, eu comprava um galeto e nós bebíamos sidra”, contou.
De acordo com a gerente geral do Deskontão, Roberta Couceiro, a classe C está realmente mais exigente. Bacalhau e o camarão estão sendo itens bastante procurados. Já nas bebidas, espumantes de maior qualidade figuram na lista dos mais comprados. Item indispensável na ceia, os consumidores também estão adquirindo queijos do reino de melhor qualidade.
“Nos anos anteriores, percebíamos um consumo muito grande de frango, que é mais barato. Agora, eles estão migrando para aves de festa, que possuem uma qualidade melhor. Já com relação às bebidas, estamos vendendo mais sidra, que ainda é a mais consumida. No entanto, também aumentamos a venda de vinhos nacionais que, antigamente, não eram muito consumidos”, pontuou Roberta.
Ainda segundo a gerente, a classe C está comprando mais cestas para presentear. “Antes só vendíamos para empresas, agora também estamos produzindo para pessoas físicas. São lembrancinhas que variam entre R$ 19,90 e R$ 350. Mas eles também podem personalizar”, afirmou.
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