A diferença de tratamento também foi percebida na cobertura realizada pelos meios de comunicação que preferiram se posicionar de forma mais aguda sobre o governo e o legado chavizta. As palavras “ditador” e “populista” foram empregadas, claro, pelos maiores críticos, que sempre acusaram Chávez de ser um gestor personalista que utilizava da força, inclusive contra a própria imprensa, e de contradições econômicas para seguir à frente do seu país.
Já alguns veículos se inclinaram pela valorização das mudanças sociais, com foco nas saúde e educação públicas, implementadas durante o governo chavizta e do alto grau de popularidade conquistado pelo gestor, dentro e fora do seu país.
A conturbada relação política da Venezuela com os Estados Unidos e as dificuldades sociais vivenciadas por sua população sempre receberam olhares e análises distintos.E, com a morte de Hugo Chávez, não seria diferente. O caráter satânico atribuído pelo falecido presidente ao chamado imperialismo americano acumulou simpatizantes por toda a América Latina. O dirigente se tornou o líder de um novo movimento inspirado em Simón Bolívar.
Contudo, a manutenção das relações comerciais com o mesmo “demônio” americano, curiosamente, maior mantenedor da economia venezuelana com compra do seu principal produto: o petróleo, possibilitou a concepção de que Hugo Chávez conseguia, no paradoxo, o caminho para a manutenção/perpetuação do seu próprio modelo bolivariano. A balança entre as contradições de Chávez e o legado de sua política-econômica, com certeza, serão bem explicados pela História.
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