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quinta-feira, 28 de março de 2013

Feliciano manda prender "me chamou de racista"




Contestado mais uma vez, em novo tumulto, presidente da Comissão de Direitos Humanos foi chamado de racista; "Aquele senhor de barba... Me chamou de racista... Vai sair preso daqui porque me chamou de racista", ofendeu-se; ordem foi cumprida pela Polícia Legislativa; acusação pesa contra ele por declarações anteriores; reuniões da comissão têm sido sempre tumultuadas; ele se nega a renunciar, mas situação permanece "insustentável", como disse o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN)

Brasília 247 - Um dia depois que o PSC bateu o pé e anunciou a permanência de Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, a confusão instalou-se novamente na Câmara Federal nesta quarta-feira 27. Manifestantes tentaram impedir a reunião da comissão, que acontecia no plenário 9.

Depois de muito bate boca e gritaria, todos os integrantes de movimentos contrários ou favoráveis ao pastor foram retirados da sala. Um deles foi preso pela polícia legislativa a pedido do próprio parlamentar.
Marco Feliciano alegou que foi chamado de racista pelo manifestante. "Aquele senhor de barba, chama a segurança, ele me chamou de racista e racismo é crime. Ele vai ser preso e terá que provar que eu sou racista", disse o deputado em meio a confusão.
O antropólogo Marcelo Régis foi levado para a coordenação da Polícia Judiciária depois de resistir a prisão. [Veja no primeiro vídeo]. Ele prestou depoimento acompanhado de um advogado do PSOL. Ele não foi o único manifestante detido. Allysson Rodrigues Prata tentou invadir o gabinete do parlamentar e também foi contido pelos policiais legislativos.
Depois da prisão, Marco Feliciano ainda tentou conduzir a audiência por mais de dez minutos, mas o barulho de gritos e vaias impediu a continuidade da sessão. O parlamentar pediu silêncio em vários momentos e chegou a invocar o nome de "Jesus" para que os manifestantes respeitassem os demais deputados.
"Peço que vocês se acalmem, tem um deputado aqui falando... Vou ter que tomar medidas mais drásticas... Se acalmem, Jesus é bom... Vocês não respeitam os direitos humanos. Estamos falando de uma pessoa a beira da morte [sobre corintianos presos na Bolívia]. Aqui é a casa do povo, não uma casa de baderna. Não aceito pressão, pode gritar, pode espernear. Estou aqui eleito pelo voto legal pelo povo, estou aqui amparado", enfatizou.
Sem poder prosseguir, Feliciano suspendeu a audiência, que só foi retomada depois que todos trocaram de sala, e foram para o plenário 11, e contou apenas com a presença dos integrantes da Comissão de Direitos Humanos e dos jornalistas. Na pauta, a discussão sobre a contaminação de chumbo no solo de Santo Amaro da Purificação, Bahia.
Polêmicas
Desde que foi eleito para a presidência da comissão, Marco Feliciano é alvo de protestos em todo o país. Manifestantes se revezam em atos dentro da Câmara Federal e também em outros estados como o Rio de Janeiro, que contou com a presença de atores globais. A insatisfação está ligada aos cometários que o parlamentar teria feito contra gays, negros e religiosos.
Mesmo com a pressão popular e até do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que classificou como "insustentável" a presença de Feliciano na comissão, o partido preferiu manter o nome do pastor. Em reunião da bancada nessa terça-feira 26, o também pastor e vice-presidente nacional do PSC, Everaldo Pereira, disse que Feliciano é um deputado "ficha-limpa" e que era preciso "respeitar" a indicação feita pela sigla.
Os internautas também se mobilizaram contra a presença do deputado na Comissão de Direitos Humanos. O abaixo-assinado, entregue pela organização Avaaz ao PSC nesta quarta-feira, reuniu mais de 450 mil nomes da internet. A petição online foi criada pelo ativista em direitos humanos Bruno Maia.

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