Socialista cobrará desburocratização dos repasses aos atingidos pela seca(Foto: Paullo Allmeida)
Para Eduardo Campos, o Governo Federal tem que ter coragem para utilizar os empréstimos subsidiados aos grandes grupos econômicos para custear a anistia da agricultura familiar. “O olhar na reconstrução passa por reabilitar a agricultura familiar do Nordeste e não tem como reabilitar nessas velhas rolagens das dívidas. Ou a gente tem a coragem de enfrentar e anistiar a agricultura familiar, porque como é que você vai, a partir de um solo seco, acumulando duas, três dívidas de safras que deram zero poder tomar novo dinheiro para pagar seu sustento e pagar a dívida de três, quatro safras?”, indagou. “Na hora que a gente está emprestando dinheiro subsidiado a grandes grupos econômicos a gente tem que ter a coragem de pagar a agricultura familiar”, acrescentou.
Já para desburocratizar os entraves no que tange ao repasse de recursos públicos entre os entes federados, Eduardo Campos vai propor replicar o modelo que será implantado em Pernambuco, de fundo a fundo. Para tanto, o governador citou que os ministérios da Saúde e Educação usam essa experiência para aplicar verbas do SUS e Fundeb. O gestor socialista garantiu, contudo, que todas as transações entre União, Estados e municípios deverão ser fiscalizadas pelos órgãos de controle, a exemplo dos Tribunais de Contas e da União e da Controladoria Geral da União.
Modelo arcaico
Indagado se o atual modelo adotado pelo Governo Federal para repasse de recursos aos Estados e municípios é arcaico, o governador Eduardo Campos cravou que a gestão precisa ser aperfeiçoada. Na opinião do socialista, é preciso encurtar os prazos e fazer o trabalho integrado para liberar verbas aos entes que vivem em situação de emergência. O presidenciável procurou afastar que sua declaração tem um ponto de crítica ao padrão adotado pela União.
“Em algumas questões é um modelo que precisa ser aperfeiçoado. É preciso encurtar os prazos e fazer as coisas a muitas mãos. Aqui não é nenhum ataque, é fazer uma racionalização dos processos porque, às vezes, o caminho que dá segurança, as leis que foram feitas no passado não foram feitas para situações de emergência. Foram feitas para situações de normalidade”, opinou Eduardo Campos.
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