Dois ex-prefeitos de municípios mineiros – Warmillon Fonseca Braga (DEM), de Pirapora, e José Benedito Nunes (PT), de Janaúba – foram presos por determinação da Justiça. Já o ex-deputado, ex-secretário de Estado e ex-prefeito de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite (PMDB), é considerado foragido. Ele também teve a prisão decretada e é procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), pois estaria em Miami (EUA). Leite teria viajado para os Estados Unidos há cerca de uma semana, com a justificativa de fazer um tratamento médico.
Mas a casa do peemedebista em Montes Claros foi vasculhada para apreensão de documentos, assim como dos demais acusados de integrar a quadrilha. Segundo o delegado Marcelo Freitas, chefe da PF em Montes Claros, onde foram centralizadas as investigações, a prisão do ex-prefeito é “questão de tempo”.
Ao todo, de acordo com a PF, foram executados 20 mandados de busca e apreensão, 21 de sequestro de bens e valores, três de condução coercitiva e nove de prisão temporárias. Entre os presos está o advogado e ex-procurador da prefeitura de Montes Claros Sebastião Vieira, que ainda ocupa cargo comissionado no município. O também advogado e ex-procurador da prefeitura montes-clarense Farley Menezes foi alvo de condução coercitiva para presta depoimento. Todos os mandados foram executados em Minas e no Espírito Santo.
O delegado contou que a quadrilha envolve ainda pessoas físicas e jurídicas e servidores públicos. O delegado contou que o grupo direcionava licitações para uma empresa do Espírito Santo para aquisição de precatórios com créditos junto à Receita Federal, que eram depois eram repassados para serem compensados em tributos pelos municípios, artifício vedado pela lei. A PF apurou que também havia negociação de documentos falsos, com assinaturas nos nomes de Cláudio Maia Silva e Ângelo Marinho como auditores da Receita, apesar de essas pessoas não fazerem parte dos quadros do órgão.
Em Minas Gerais, a fraude foi detectada nos municípios de foram: Águas Vermelhas, Capelinha, Caratinga, Ipatinga, Itambacuri, Janaúba, Montes Claros, Pirapora, Rio Pardo de Minas, Várzea da Palma e Varzelândia, todas do norte de Minas e da região do Vale do Rio Doce, além do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (Cisrun).
De acordo com Marcelo Freitas, o esquema provocou uma “sangria de milhões de reais dos cofres públicos”, principalmente do “sofrido” norte mineiro. Os acusados serão indiciados por crime contra a administração pública, formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude a licitações, corrupção ativa e passiva e outros.
As penas, somadas, ultrapassam 30 anos de prisão. Além da PF, participam da operação o Ministério Público Estadual (MPE) de Minas e a Receita Federal. Segundo a PF, a lista dos demais municípios, assim como as provas colhidas ontem, vão ser encaminhados à Receita e a órgãos como Controladoria-Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, tribunais de contas dos Estados, Receitas Estaduais, polícias civis e Ministério Público Federal para que sejam instaurados procedimentos para a recuperação dos recursos desviados.
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