Após a candidatura da ex-senadora Marina Silva (PSB) se tornar consenso na coligação Muda Brasil, a dúvida recai sobre a composição da vice na chapa. Sem ter segurança na permanência da ex-verde na legenda, o PSB reivindica espaço na coligação, mas está dividido quanto ao nome escolhido. Sem Eduardo Campos como principal líder da agremiação, a ala pernambucana teme perder espaço e defende um nome local. Já a cúpula socialista apoia um nome do Sul ou Sudeste para conseguir inserção nos principais colégios eleitorais. Enquanto isso, partidos nanicos da coligação se queixam que estariam sendo preteridos das discussões sobre a formação da nova chapa.
A cúpula do PSB articula nomes como o dos deputados federais Júlio Delgado (PSBMG) e Beto Albuquerque (PSB-RS) ou a ex-prefeita Luiza Erundina (PSB-SP). Delgado e Erundina seriam escolhas para conseguir inserção em dois territórios tradicionalmente ligados ao PSDB – Minas Gerais e São Paulo. O nome da viúva de Campos, Renata, chegou a ser especulado como candidata a vice. Contudo, a possibilidade teria sido descartada pela cúpula socialista, ontem. Auditora do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), Renata teria que pedir licença para integrar a chapa. Além disso, fontes próximas à família descartam a possibilidade da ex-primeira dama do Estado querer assumir a função.
Lideranças pernambucanas tentam se cacifar para a disputa na tentativa de manter a influência do PSB local no partido. O coordenador da campanha nacional Maurício Rands (PSB) e o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB) são cogitados no Estado. O nome do irmão de Campos, Antônio, também é especulado. Já a Rede Sustentabilidade almeja indicações alternativas como a jurista Eliana Calmon (PSB), mas está sem força de decisão no processo de escolha. A avaliação é que seus integrantes já teriam força demais com a escolha de Marina para a cabeça de chapa. O nome do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, chegou a ser cogitado, mas a pressão dos socialistas não dá espaço para um nome fora do partido. Nos bastidores, especulações dão conta de que o pós-comunista temeria a indicação de quadro da ala do PSB ligada ao PT.
Por outro lado, PHS, PRP, PSL e PPL se queixam que não estão sendo ouvidos nas discussões sobre a composição da nova chapa da frente partidária. As lideranças das agremiações organizam reunião no Recife, amanhã. O velório e enterro do ex-governador é previsto para este mesmo dia na cidade.
Por Carol Brito
Da Folha de Pernambuco
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