Um gênio não fabricado
O
Brasil se rendeu, ontem, a Luiz Gonzaga, o rei do baião, que se tivesse
vivo festejaria 100 anos de idade. É difícil falar de Gonzagão sem
recorrer ao lugar comum, porque tudo já foi dito sobre a sua trajetória
vitoriosa.
Sem
nunca ter disputado um mandato, Gonzaga foi general, governador e
presidente do Brasil. Todos se ajoelhavam aos seus pés para
reverenciá-lo. Era um artista diferenciado de todos os que fazem fama no
Brasil.
Não apenas cantava o forró com amor, mas amava a sua gente e o sertão. Por isso, Luiz Gonzaga não foi um gênio fabricado, mas um
gênio da terra. Era xique-xique, era o serrote, era o grotão, era a
cerca, a cerquinha de vara dos sertões, era o boi, era o aboio, era o
gibão, era o chapéu estrelado do vaqueiro, era o cangaceiro.
Mais
do que isso, era o beato, era o religioso, era a superstição, era o
místico, era o artista que conseguiu, dos cabarés do canto do mangue do
Rio de Janeiro ao sertão, traduzir o Nordeste nas suas mais
diferenciadas formas de expressão: a forma alegre, a forma triste e a
forma sofredora.
Gonzagão
deixou uma imensa obra no Brasil inteiro. Fez o Nordeste se animar nas
épocas de seca com seus xotes e músicas de forró. Todos os cantores de
forró se inspiram nele, pois não tem como imaginar um forró sem
lembrar-se do rei do baião.
INEDITISMO –
De todos os nomes da equipe do prefeito eleito Geraldo Júlio o que mais
chamou atenção foi o de Roberto Pandolfi. Se a sua pasta – Finanças –
for confirmada, hoje, terá contrariado uma lógica elementar: a de o
chefe não abrir mão da chave do cofre. Afinal, Pandolfi não tem ligação
histórica nem pessoal com Geraldo, mas com o senador Jarbas Vasconcelos,
de quem foi secretário e dele recebeu as benções para ocupar o cargo
mais uma vez.
O marajá do Agreste - O
prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), até ontem não havia dado um
pio sobre o salário de marajá, um presente pela Câmara de Vereadores
numa sessão Papai Noel. Entra para a história como o prefeito melhor
remunerado do País, batendo o prefeito de São, a maior e mais rica
capital do País.
Os furos do blog - Este
blog antecipou, ontem, praticamente todos os secretários do prefeito
eleito Geraldo Júlio. E também trouxe em primeira mão nomes que o
governador Eduardo Campos vai anunciar na reforma do seu primeiro
escalão hoje ou na próxima semana. A grande novidade foi a escolha do
diretor comercial da Compesa, Décio Padilha, que assumirá a Secretaria
de Administração.
No colo do PSB - O
PT, finalmente, se rendeu à inhaca do poder e aceitou a pasta de
Habitação na gestão do prefeito eleito Geraldo Júlio. O nome mais cotado
era o do vereador Henrique Leite, mas como Geraldo adotou como critério
não convocar nenhum vereador, acabou aceitando a indicação de Geraldo
Granja, vereador suplente do PT.
Cota do PR - Enquanto
o PMDB de Jarbas e de Raul Henry emplacou dois secretários na equipe de
Geraldo Júlio pelo menos até ontem o PR, do cacique Inocêncio Oliveira,
não havia sido lembrado pelo socialista. Hoje, na equipe de João da
Costa, Inocêncio controla a pasta de Saneamento e na era Geraldo passa a
ter Administração com a confirmação do nome de Marconi Muzzi, atual
adjunto da Secretaria estadual de Turismo.
CURTAS
AMEAÇADO–
O que se ouve nos bastidores é que o secretário de Transportes,
Isaltino Nascimento, está com o seu reinado ameaçado. Mas que pode
escapar da degola diante da relação ainda não resolvida do PSB com o PT
no plano nacional e também local. Mas Buracão está roendo as unhas.
O LÍDER–
O líder do Governo Geraldo Júlio na Câmara do Recife deve ser o
vereador Gilberto Alves, do PTN, ligado ao senador Armando Monteiro
Neto. Articulado, jeitoso e preparado, Gilberto com certeza fará um
excelente trabalho.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – Qual a bomba que as revistas irão trazer sobre as revelações de Marcos Valério?
'Ao tolo não é certo gozar de deleites; quanto menos ao servo dominar sobre os príncipes!'. (Provérbios 19:10)
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