O fraco desempenho da economia, com o crescimento de apenas 0,6% do PIB
(Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, não afetou a avaliação do
governo Dilma Rousseff, que manteve recorde de aprovação, com 62% da
população considerando o governo ótimo ou bom. A informação é da última
pesquisa CNI-Ibope do ano, divulgada nesta sexta-feira, 14 de dezembro,
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice de aprovação é o
mesmo da pesquisa anterior, publicada em setembro.
Mantiveram-se estáveis, também, em relação ao levantamento de setembro,
a aprovação do modo de governar da presidente da República, com 78% da
população - eram 77% em setembro, mas a variação está dentro da margem
de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais - e a confiança em Dilma
Rousseff, com 73%. Ainda igual a setembro é a expectativa da população
sobre o restante do governo, com 62% dos brasileiros acreditando que o
resto do mandato da presidente será ótimo ou bom.
A pesquisa CNI-Ibope de Avaliação do Governo foi realizada pelo Ibope
Inteligência entre 6 e 9 de dezembro, com 2002 entrevistas em 142
municípios.
O gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI,
Renato da Fonseca, explicou que a desaceleração da atividade econômica
não foi sentida ainda pela população, afetando sobretudo as empresas
industriais. "Por mais que o PIB tenha andado de lado, foi mantido pelo
consumo das famílias, que continua firme, assim como os salários
permanecem elevados. A crise não chegou totalmente à população",
assinalou Fonseca.
Segundo a pesquisa, 59% da população - contra 57% em setembro, dentro
da margem de erro, portanto - considera o governo Dilma igual ao governo
Lula. O percentual daqueles que vêem a atual gestão pior do que a
anterior está se reduzindo gradativamente, caindo de 28% em julho de
2011 para 21% , agora. A percentagem da população que avalia a
administração Dilma melhor subiu de 11% para 19% no mesmo período.
CONTRASTES - O levantamento revelou que, nas nove áreas de atuação do
governo avaliadas, o combate à fome e à pobreza registrou recorde de
aprovação, com 62% dos entrevistados. Em oposição, a saúde bateu recorde
de desaprovação, com 74%. O combate ao desemprego é aprovado por 56% da
população.
Para o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da
CNI, o nível recorde de desaprovação à política de saúde pode se
originar do fato de tratar-se de área compartilhada pelo município,
estado e União, diluindo-se, portanto, a responsabilidade do governo
federal. Renato da Fonseca destacou que as eleições municipais, com o
consequente debate da questão da assistência à saúde, concorreram para
ampliar a atenção à saúde e, em consequência, para aumentar a
desaprovação ao setor.
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