Os movimentos mais recentes no xadrez da sucessão presidencial de 2014 indicam, com margem lógica de segurança, que a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, chegou a um ponto de não retorno. A reação hostil ao aliado, junto com o abraço ao PMDB, reflete a percepção do governo de que não tem mais âncora do navio socialista.
A candidatura de Campos foi desde sempre uma aposta no futuro, para o qual precisa construir um recall, o que o torna refratário a raciocínios sobre sua inferioridade eleitoral. Como o lançado pelo governador do Ceará, Cid Gomes, ao acenar com a "pouca estrada" do presidente de seu partido. O governador olha para 2018 e não acredita chegar lá pelas mãos do PT.
A guerra deflagrada pelo Planalto, com o estímulo a dissidências no PSB e retaliações políticas - como a de retirar da órbita do governo estadual o Porto de Suape -, se mexem na zona de conforto do governador aliado, tornam mais confortável a meta do candidato de obter maior visibilidade nacional.
Consolidada, a candidatura de Campos destrói a estratégia do ex-presidente Lula de repetir a polarização eleitoral entre PT e PSDB, criando expectativa concreta de segundo turno, que levaria a uma aliança natural entre PSDB e PSB.
Enquanto o cenário indesejável para o PT se desenha, a presidente Dilma Rousseff, na condição de candidata em campanha, precisará enfrentar a resistência ideológica de seu partido para reconquistar a confiança dos investidores, abalada pela linha intervencionista de seu governo e indispensável para a retomada do crescimento
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