A exemplo do que aconteceu em outros estados, como a Bahia, parte do efetivo da Polícia Militar (PM) de Pernambuco pode declarar greve a partir desta sexta-feira (25), em protesto contra o Governo do Estado contra o que os membros da corporação chamam de “abandono da categoria”. De acordo com os policiais, caso a administração estadual não dê respostas às reivindicações da categoria, o setor pode entrar paralisar as atividades. Caso a paralisação se confirme, Pernambuco será o terceiro estado do Nordeste a ter uma greve da PM em cerca de uma semana. No último dia 15, os PMs da Bahia declararam uma greve, que se encerrou após dois dias. Já os policiais do Rio Grande do Norte também paralisaram as atividades, mas a greve durou apenas 10 horas.
A movimentação dos policiais pernambucanos teve origem nas redes sociais, onde mensagens convocaram os policiais para realizarem uma passeata nesta quinta-feira (24), com concentração no bairro do Derby, no centro do Recife. No anúncio, a rota teria como destino o prédio da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), onde os agentes entregariam a lista de reivindicações aos deputados. Até o fechamento desta matéria não havia registro de movimentação por parte dos policiais militares no sentido de protestar contra o governo.
Dentre as reivindicações, está o aumento dos salários dos motoristas da PM, passando de R$ 83,00 para R$ 400,00 - equivalente aos outros servidores estaduais -; aumento no vale refeição, passando de R$ 150,00 para R$ 300,00; ajustes do Plano de Cargos e Carreiras e aumento salarial de 25% para os agentes administrativos, 45% para os agentes operacionais e 50% para os agentes da polícia especializada.
O problema é que, por ter nascido nas Redes Sociais, não existe uma liderança definida para o movimento. Procuradas pelo 247, nenhuma das associações representativas da categoria afirmou liderar o movimento e também não souberam informar quem estaria organizando o ato. Procurada, a Polícia Militar informou que não existe nada oficial acerca do assunto, e que deve esperar uma definição para fornecer maiores informações.
O assunto foi alvo de uma discussão entre o governador João Lyra (PSB), os comandantes da PM e os oficiais que ocupam funções gratificadas ou cargos comissionados na corporação. No encontro, realizado no Teatro Guararapes do Centro de Convenções de Pernambuco, o gestor afirmou que o governo está aberto para dialogar com a categoria, mas lembrou que os reajustes salariais dos servidores estaduais já foram realizados. “O que for possível ser feito, nós vamos fazer. Agora, evidentemente que nós não podemos reabrir negociações, porque temos um orçamento, uma previsão financeira”, disse o governador na ocasião deixando implícita a posição do Estado em manter o limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Oficialmente, entretanto, o Governo de Pernambuco evitou se pronunciar.
Por Mariana Almeida, Pernambuco 247
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