Ex-deputado comandou migração petebista para aliança de Aécio (Foto: Reprodução)
A bancada do PTB no Congresso Nacional bem que tentou reverter a decisão da direção do partido pelo apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República. A conversa que ocorreu no início da tarde de ontem (25) foi longa, com direito à defesa veemente pela manutenção na base da presidente Dilma Rousseff (PT). Os pernambucanos, sobretudo pela postulação de seu líder no Estado (Armando Neto) que sustentará palanque para a petista, apresentaram vários argumentos que indicariam mais facilidades nas disputas regionais com a permanência no campo anterior. Tudo em vão.
Prevaleceu a decisão do ex-presidente da sigla Roberto Jefferson. O ex-deputado, condenado no julgamento do mensalão, continua mandando as cartas no PTB, apesar de, curiosamente, ter os seus direitos políticos cassados pela Justiça. O delator do principal escândalo que eclodiu durante os governos do ex-presidente Lula rompeu com os petistas no episódio e, desde lá, procurou sempre estada em campo adversário.
A força de Jefferson é tamanha que é os petebistas que querem marchar com Dilma são maioria no PTB e poderiam reverter a decisão da executiva nacional com uma simples votação na convenção do partido, marcada para o dia 30. Poderiam. Mas, como o partido funciona no bom e velho modelo cartorial, de nada valerá qualquer tipo de manifestação contrária ao desejo de seu líder maior.
Esse episódio é mais a se somar a dezena de exemplos da precariedade das instituições partidárias brasileiras. O PR deu uma mostra recente. Pediu a cabeça de Paulo Sérgio Passos, que estava à frente do Ministério dos Transportes, por atestar que ele não representava o partido. César Borges assumiu o seu lugar, e pouco tempo depois a legenda repetiu a reclamação, ameaçando inclusive deixar a base do governo Dilma. Quem voltou? O escorraçado Paulo Sérgio Passos. A grita se deu por alguns cargos, segundo informações de bastidor, na pasta.
Agora, com todas as alianças praticamente fechadas, as postulações presidenciais e regionais vão apresentando discursos que tentam justificar o emaranhado de siglas que sustentam seus palanques. Um conjunto de letras que só parece significar uma coisa: tempo de televisão.
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