A análise do segundo Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), que indica o risco de transmissão da dengue em uma população, demonstra situação de risco de surto em 83 municípios pernambucanos. Desses, 24 estão em situação de epidemia por causa da alta incidência da doença (número de casos por 100 mil habitantes), além de Recife, que se declarou como epidêmico, por causa do alto número de notificações, e Fernando de Noronha, que não entregou o resultado do último levantamento - totalizando 26 municípios epidêmicos. Outras 74 localidades estão em situação de alerta, 25 municípios obtiveram dados satisfatórios e 3 não informaram (Itapissuma, Lagoa do Carro e Fernando de Noronha).
O LIRAa objetiva identificar os locais onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da dengue e os principais tipos de recipientes com água parada, que servem de criadouros mais comuns. O índice é feito por amostragem, com a visita em 20% a 100% dos imóveis do município, de acordo com o tamanho da cidade – quanto menos casas, mais serão vistoriadas.
“Esse índice permite o direcionamento das ações de controle do mosquito para as áreas de maior risco, ajudando a intensificar as intervenções, além de, se preciso, alterar as estratégias adotadas para ter mais eficácia no combate ao Aedes aegypti”, afirma a coordenadora do Programa de Controle da Dengue e Chikungunya da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Claudenice Pontes.
O índice é considerado satisfatório quando há menos de 1% dos imóveis visitados com larvas do mosquito; alerta quando há larvas de 1% a menos de 3;9% das casas; e risco de surto a partir de 3,9% das residências pesquisadas com a presença de larvas do Aedes aegypti.
AÇÃO – A coordenadora do Programa de Controle da Dengue da SES, Claudenice Pontes, reforça a necessidade dos municípios intensificarem as ações de campo para combater os criadouros do mosquito Aedes aegypti. O Estado também está a postos para auxiliar as localidades que precisarem de apoio técnico. “Além do esforço do poder público, a população precisa fazer a sua parte, não deixando recipientes com água destampados ou descobertos. Sabemos que a maior parte dos focos do mosquito é encontrada nas residências, por isso é essencial que todos estejam atentos”, frisa Claudenice.
Municípios epidêmicos em PE: Recife, São José do Egito, Pedra, Itapetim, Venturosa, Sanharó, Goiana, Condado, Arq. Fernando de Noronha, Iguaraci, Surubim, Itaquitinga, São Bento do Una, Belo Jardim, Calumbi, Betânia, Toritama, Buenos Aires, Iati, Lagoa do Carro, Limoeiro, Manari, Vertentes, Santa Cruz do Capibaribe, Vitória de Santo Antão e Ingazeira.
DADOS
Até o dia 04/04, foram registrados 18.431 casos de dengue (2.987 confirmados) distribuídos em 165 municípios. Isso representa um aumento de 423,91% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram notificados 3.518 casos, confirmando 1.247 desses.
Os municípios com o maior número de casos absolutos são: Recife (4.978), Jaboatão dos Guararapes (880), Camaragibe (829) e Goiana, totalizando 7.337 (39,81% do total de notificações em Pernambuco).
Já os municípios com maior grau de incidência (número de casos por 100 mil habitantes), entre o período de 08/02 a 04/04, foram: São José do Egito (1.148,01), Pedra (1.078,25), Itapetim (952,72), Venturosa (798,14), Sanharó (769,67), Goiana (734,48), Condado (725,66), Arq. Fernando de Noronha (693,48), Iguaraci (693,24), Surubim (676,48), Itaquitinga (586,97), São Bento do Una (515,37), Belo Jardim (488,12), Calumbi (469,65), Betânia (464,48), Toritama (460,58), Buenos Aires (454,76), Iati (395,53), Lagoa do Carro (394,27), Limoeiro (386,96), Manari (381,72), Vertentes (370,18), Santa Cruz do Capibaribe (325,50), Vitória de Santo Antão (337,36) e Ingazeira (328,73).
Foram notificados 24 casos de dengue grave no ano de 2015, com 15 confirmações. No mesmo período de 2014 foram 19 confirmações. Onze óbitos suspeitos foram notificados, estando os mesmos em investigação. No mesmo período de 2014 houve a notificação de 22 óbitos suspeitos, sendo 18 confirmados.
Cuidados importantes para eliminar os focos dos mosquitos:
- Mantenha bem tampados caixas d’água, jarras, cisternas, poços ou qualquer outro reservatório de água.
- Mantenha as lixeiras tampadas e secas. Nunca jogue lixo em terrenos baldios.
- Coloque no lixo todo objeto que possa acumular água. O lixo deve ser colocado em sacos plásticos bem fechados.
- Lave os bebedouros de animais com uma bucha pelo menos uma vez por semana e troque a água todos os dias.
- Cubra e guarde os pneus em locais secos, protegidos das chuvas.
- Guarde as garrafas secas de cabeça para baixo e não deixe no quintal objetos que acumulem água.
- Encha os pratinhos de plantas com areia.
- Retire a água acumulada sobre a laje.
- Mantenha as calhas d’água limpas.
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