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Revista ressalta qualidades reunidas pelo socialista (Foto:Reprodução/Internet)
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, voltou a ser destaque, neste fim de semana, na mídia nacional. A revista Época, da Editora Globo, traçou um perfil do mandatário do Governo do Estado e levantou, em sua capa para assinantes, a pergunta: “quem tem medo dele?” Um questionamento que reúne no mesmo rol, segundo a própria publicação, figuras emblemáticas da política brasileira, como a cúpula do tucanato nacional e figurões do PT. O ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff estariam inclusos. O material ainda apresenta o pernambucano como o gestor mais popular do País, dono de um estilo “sedutor” que transforma antigos rivais em aliados.
A revista Época ainda destaca que Eduardo “praticamente humilhou o PT” na eleição do Recife, no ano passado, impondo uma derrota acachapante nos, digamos, adversários de momento. A publicação lembra que, antes da disputa eleitoral de 2012 – e todas as leituras que o crescimento do PSB permitiu -, Campos foi ventilado como provável candidato a vice-presidente com Dilma Rousseff na cabeça da chapa, numa quadro pintado justamente pelo ex-presidente Lula. Entretanto, a revista especula que o socialista, apesar de toda o destaque que vem recebendo, pode permanecer na “canoa” nacional do PT e, com isso, ser agraciado com um importante ministério após a sucessão de 2014. Será?
Você pode conferir, abaixo, um trecho da matéria publicada na revista Época:

O estilo, a trajetória e as ambições de Eduardo Campos, o governador mais popular do país
Quem é o protagonista da política nacional e nome incontrolável nas conversas sobre sucessão presidencial – embora ele insista em negar ser candidato
O governador Eduardo Campos, de Pernambuco, é um ótimo piloto de cadeira giratória de rodinhas. Logo ao sentar-se, elegante e espaçoso, já sublinha a que veio. A cadeira é uma das 13 de uma grande mesa preta, em forma de U, na sala de reuniões contígua a seu gabinete. Não terá um minuto de sossego por quase três horas. Campos a manobra para todos os lados possíveis, a esporeia com o ritmo acelerado de sua fluência verbal e, quando a leva, num tiro curto, em direção ao interlocutor, o dorso ainda atlético de 47 anos também assoma, enfático. Seus translúcidos olhos verdes são, surrupiando um autor contemporâneo, como pássaros querendo voar para fora da cara. Campos é, sobretudo, olhos. Na beleza variante da cor, que fisga a atenção, e, principalmente, na mirada, no manejo que lhes sabe dar, ora águia, ora cobra, focados na sedução. “Sedutor” é um recorrente qualificativo até entre adversários regionais – como o senador Humberto Costa, do PT, ou o deputado federal Mendonça Filho, do DEM. Campos sabe que, nos dois casos, o sentido é “cuidado com ele!” – ambos, afinal, são vítimas de peia eleitoral. Mesmo assim, não desgosta.
Não é o caso quando é chamado de “coronel”, como fez a revista britânica The Economist em reportagem recente, que também registrou seu lado de gestor dinâmico e empreendedor à frente do Estado que governa pela segunda vez, com aprovação recorde – 89% na última pesquisa. Provocado – “O senhor leva mesmo um jeitão de coronel…” –, Campos não esconde o desconforto. Leva a cadeira para a frente e para trás, dá uma brusca freada de general e responde:
– Isso só acontece quando alguém nasce por aqui. Nunca vi um rótulo desses num político carioca, paulista ou mineiro. Então lamento, porque é uma coisa desqualificando. Que maneira tenho de botar ordem aqui? “É um coronel.” Tá bom. (Falar) é um direito (deles). Fazer o quê?
Entre dez governadores pesquisados pelo Ibope no final do ano passado, Campos obteve a maior aprovação: 34% acham sua gestão “ótima”; 45%, “boa”; 15%, “regular”; 4%,“ruim”; e 3%,“péssima”. É tamanha popularidade que explica por que tantos políticos têm se aproximado dele e que seja impossível discutir a sucessão da presidente Dilma Rousseff sem que seu nome venha à tona. Ele próprio negou, em entrevista publicada por ÉPOCA em dezembro, que pretenda se candidatar à Presidência. Na ocasião, disse que “sem dúvida” apoiaria a reeleição de Dilma. É nessa canoa que os pés de Campos estão, ambos. Antes da eleição municipal de Pernambuco, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava disposto a costurar sua candidatura a vice, já em 2014. Depois que Campos praticamente humilhou o PT, ao lançar candidato próprio à prefeitura do Recife – e vencer –, Lula e Dilma sabem que ficou mais difícil. O desejo de ambos é mantê-lo na canoa para, quem sabe?, um voo solo em 2018. Ser ministro de Dilma reeleita, em Pasta de visibilidade, é uma possibilidade.