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terça-feira, 16 de abril de 2013

O que acontece quando se coloca raposas para cuidar do galinheiro.

Acabei de ler um artigo muito interessante no Ecolhares e vou dividir com vocês.

"Foi-se o tempo onde os acordos políticos no Brasil eram feitos às escuras. Com a queda da ditadura, o avanço da democracia, o aprimoramento das leis e a evolução da tecnologia, nossos representantes e os rumos dados por eles ao país estão disponíveis a todo e qualquer cidadão que tenha um pingo de interesse.

Isso explica, talvez, a quantidade imensa de escândalos escabrosos pipocando nos meios de comunicação. É tanta informação que, diante da saraivada de denúncias a que somos expostos diariamente, ficamos saturados e não conseguimos assimilar o conteúdo. Ao invés de nos estimular a compreender o fato, justamente torna-nos avessos a ele. Essa negação nos incita a ignorá-lo, transformando-nos em passivos e conformados expectadores.

Vamos pensar um pouquinho: Temos o Renan Calheiros (PMDB), que renunciou a presidência do Senado em 2007 diante das várias denúncias de corrupção. Foi reeleito senador em 2010 e como um bom filho a casa torna, hoje ocupa justamente o cargo do qual foi deposto, o de presidente do Senado. Presidente.

Dois deputados condenados pelo Supremo Tribunal Federal – STF no julgamento do mensalão, João Paulo Cunha e José Genoino (ambos do PT), são dois dos novos membros da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara – CCJ. Por ela são analisados os aspectos constitucionais, jurídicos e regimentais das propostas em tramitação na Câmara. O deputado Paulo Maluf (PP) também é um dos novos integrantes da mesma comissão. Como até mesmo um resumo dos processos movidos contra ele não caberia no artigo, limito-me a dizer que ele está na lista dos procurados pela Interpol.

Na Comissão de Meio Ambiente do Senado, o ruralista Blairo Maggi (PR), um dos maiores produtores de soja do Brasil, votante a favor da flexibilização do Código Florestal e ganhador da “Motosserra de Ouro”, prêmio dado pelo Greenpeace por sua contribuição ao desmatamento, ocupa a cadeira de presidente na Comissão. Presidente.

Entre os titulares da pasta estão diversos outros ruralistas, como a Kátia Abreu. Em contrapartida, não há na comissão nenhum nome ligado direta e conhecidamente à politização da causa ambiental. Nenhum.

Temos por fim (da picada?), na Comissão de Direitos Humanos e Minorias – CDHM da Câmara, o pastor Marcos Feliciano (PSC), ocupando a cadeira de…presidente. Alvo de constantes protestos, vetou a participação popular nas reuniões da Comissão e seu primeiro projeto de lei é instituir a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas.
O que todos esses cargos e suas respectivas comissões têm em comum? Aí o X da questão.

Foi-se o tempo em que sentíamos um frio na espinha quando pessoas sem absolutamente nenhuma vocação para os cargos eram empossados. O famoso “caiu de paraquedas” saiu de moda, hoje é um passado com cheiro de mofo a qual estamos muito bem adaptados.

Qual a conquista seguinte? Que tal começar a escolher cuidadosamente os cargos de chefia colocando pessoas intimamente ligadas a questão, mas que justamente atuam em causa própria em total detrimento às pastas e aos valores que representam? Gênio! Como ninguém pensou nisso antes?

Observe atentamente as Comissões e seus respectivos membros. Quisera eu publicar este artigo num primeiro de abril, ou vê-lo como um quadro da pegadinha do malandro.

É algo real, de um horizonte negro e ameaçador que se anuncia e, sem modéstias ou escrúpulos, trucida como um trator penosas conquistas democráticas.
E se você acha que não tem nada a ver com isso, muito cuidado. Se ainda não sentiu o cheiro do ralo é melhor procurar um especialista, porque o caso é muito mais sério do que imagina."


Marcelo de oliveira neto 

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