O número de brasileiros que fuma regularmente está em queda. De acordo com uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) em parceria com a Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, a taxa de tabagismo no país foi reduzida em quase 50% nos últimos 25 anos.
Segundo o levantamento, se o Brasil não tivesse implementado nenhuma ação de controle do tabaco, a prevalência (percentual de fumantes) em 2010 seria de 31%. Isso significa que aproximadamente uma em cada três pessoas, com 18 anos ou mais, seria fumante. Em 2010, a proporção de tabagistas no país foi estimada em 16,8%. Com base nesses números, calcula-se que pelo menos 420 mil mortes foram evitadas nesse período.
O sucesso na redução do consumo do tabaco se deve principalmente a algumas leis, que restringiram a propaganda e proibiram o fumo em locais fechados. No Estado de São Paulo, por exemplo, estima-se que a lei Antifumo (nº 13.541/09) contribuiu para reduzir em 9% o número de fumantes.
“O país já alcançou muitos avanços na luta contra o tabagismo, mas o número de casos novos relacionados ao fumo é preocupante. É preciso regulamentar definitivamente a lei dos ambientes 100% livres do tabaco e dar mais um grande passo em prol da saúde dos brasileiros”, diz o diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini.
A importância do combate ao tabagismo, celebrado no próximo dia 31 de maio (Dia Mundial de Luta Contra o Tabaco), se deve ao fato de que suas substâncias causam diversas doenças. Uma das principais é o câncer bucal, responsável direto pela morte de três mil brasileiros por ano. Segundo o Conselho Regional de Odontologia, é o 6º tipo de câncer mais comum em homens e o 8º em mulheres.
O câncer nada mais é que um crescimento anormal e desordenado de massa ou tecido, podendo ser maligno ou benigno. Na boca, o local mais comum de ocorrência é na língua (principalmente as bordas), mas a doença afeta também as gengivas, a mucosa jugal (bochechas), o palato duro (céu da boca) e o assoalho, região embaixo da língua.
Para evitar que a doença se manifeste, o ideal é investir em prevenção. “Quando identificado precocemente pode ser tratado com sucesso, só que em 65% dos casos a doença é diagnosticada em fase avançada”, lamenta o Dr. José Henrique de Oliveira, cirurgião-dentista e diretor do INPAO Dental.
Entre as pessoas que tem mais probabilidade de adquirir a doença estão as que não possuem acesso a procedimentos preventivos de saúde e odontologia. O perfil mais comum dos pacientes envolve adultos acima dos 40 anos, na maioria homens e de pele clara. Entretanto é importante lembrar que fatores genéticos também contribuem para o aparecimento de casos com outros perfis.
Além do tabagismo, os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer bucal envolvem ainda o consumo de bebidas alcóolicas, a exposição à luz solar sem proteção, a má alimentação e a ação de agentes infecciosos.
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