O comércio eletrônico espalha-se pelo mundo e agora se expande fortemente nos países emergentes. No Brasil, o e-commerce avança a passos largos. Em 2012, as vendas chegaram a R$ 24,12 bilhões, uma alta de 29% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico. Para este ano a expectativa é de crescer 25%, segundo a e-Bit, empresa especializada no setor. No Brasil, o consumo tem puxado o crescimento recente da economia, com destaque para o crescimento da participação da classe C no consumo das famílias. Mas, terá a classe C chegado também ao paraíso do comercio eletrônico? A resposta obtida em estudo do Instituto Fecomércio nas cidades de Recife, Jaboatão e Olinda é positiva.
Na classe C, quase 63% dos consumidores utilizam o comércio eletrônico para comprar principalmente artigos de vestuário, celulares, produtos eletrônicos e calçados mas esses são somente os principais itens de uma miríade de bens adquiridos através da internet, incluindo uma forte participação de serviços tais como viagens, tickets para jantares e cursos, chegando aos livros e mesmo a itens mais exóticos como piercings e produtos eróticos.
Os consumidores da classe C apresentam comportamento marcadamente diferente daqueles das classes de menor renda. “Nas classes de renda D e E somente cerca de um em cada cinco consumidores utiliza o comércio eletrônico, um percentual muito abaixo daquele da Classe C. Todavia, os consumidores que não compram pela internet são semelhantes em qualquer das faixas de renda”, explica José Fernandes de Menezes, também consultor da Fecomércio. Não há entre eles diferença muito forte quanto ao acesso à internet, aversão ao risco e desconfiança quanto ao roubo de dados. Ressalta-se que entre os consumidores da Classe C que não compram pela internet é forte a preferência pela forma tradicional de compras, bem maior do que os consumidores de menor renda.
A classe C aponta a comodidade, o ambiente favorável e a economia de tempo como os principias determinantes da decisão de compra através da internet. Para as classes de menor renda a comodidade também é importante, mas o que realmente pesa na decisão de comprar são os preços, aliados aos descontos e promoções. Não que preços e promoções também não atraiam a classe C, mas nada que se compare à atração representada pela comodidade das compras.
Sites de empresas especializadas e de compras coletivas e do tipo “mercado livre“ são os mais utilizados, mas as redes sociais também têm seu lugar. Os sites de compra coletivos e do tipo “mercado livre” são muito utilizados pela Classe C, mas bem menos pelos consumidores de baixa renda. “Os pagamentos são feitos na sua maioria através de cartão de crédito embora os boletos bancários sejam muito utilizados. Quanto às formas de pagamento não há uma diferenciação nítida de comportamento entre os consumidores da Classe C e os de menor renda”, completa o economista da Fecomércio José Fernandes de Menezes.
As compras da classe C em 2012 no comércio eletrônico alcançaram um valor médio de R$1.021,50, maiores, mas não muito dos que os R$905,50 registrados nas classes de menor rendimento. A maior compra da classe C alcançou R$ 5 mil e o menor R$ 50, enquanto que nas classes de renda D e E esses valores foram respectivamente R$ 3 mil e R$ 80.
Foram entrevistados 551 consumidores, 286 da Classe C e 265 das Classes D e E. Dos entrevistados 45,74% são homens e 54,26% são mulheres. A Classe C inclui consumidores com renda familiar de 3 a 10 salários mínimos, aqueles com renda familiar mensal abaixo de 3 salários mínimos são classificados nas faixas D e E.
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