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terça-feira, 21 de maio de 2013

Intenção de consumo das famílias recua pelo 3º mês


Agência Brasil (Rio de Janeiro) – A disposição de consumo dos brasileiros caiu pelo terceiro mês consecutivo. O dado foi apurado na pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada hoje (21), referente a maio, produzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com os dados, houve recuo de 2,2% em comparação com abril e retração de 6,2% em relação a maio de 2012.
O índice está em seu menor nível na série iniciada em janeiro de 2010. Segundo a CNC, o principal fator que contribui na queda da intenção de consumo é o comprometimento da renda das famílias, causado por endividamento e inadimplência ainda elevados, e inflação mais alta registrada nos primeiros meses do ano.
Para o economista Bruno Fernandes, da CNC, o governo vem adotando as medidas corretas em relação à economia, mas fatores exógenos como secas ou enchentes – que provocam a quebra nas safras de alimentos, incluindo a histórica alta do tomate – estão afetando negativamente o resultado da política de combate à inflação. 
“O governo está acertando. O aumento no preço dos alimentos é um fator exógeno. A equipe econômica vem tomando as medidas corretas, mas esse choque de oferta não está ao alcance do governo. As medidas de consumo do passado tiveram efeito e evitaram uma desaceleração mais forte da economia.”
Fernandes destacou que o repique inflacionário dos primeiros meses de 2013, aliado à manutenção do endividamento e à perda de vigor do mercado de trabalho, contribui para o enfraquecimento no comércio. “Já vem sendo mostrada uma queda nas vendas do comércio, pelos dados do IBGE. As vendas no varejo estão desacelerando”, explicou.
De acordo com o economista, esse processo tende a se alongar nos próximos meses, mas a CNI espera um cenário mais favorável para o segundo semestre, com redução da inflação e do endividamento, o que deve favorecer o comércio. “No entanto, o cenário não será tão positivo quanto o que registramos nos anos anteriores. Esperamos um crescimento de 4,5% para este ano, bem abaixo do que tivemos no passado”, ressalvou.
Na visão do economista, a menor pressão inflacionária no segundo semestre será influenciada pelo preço dos alimentos. “Esperamos um cenário inflacionário mais favorável, o que já vem sendo mostrado no preço dos alimentos, com uma desaceleração que deve se manter ao longo do segundo semestre”, explicou.
De acordo com ele, o ritmo mais fraco das famílias em termos de consumo permitirá que cumpram os seus compromissos ao longo dos próximos meses. A combinação permitirá um nível mais baixo de endividamento e de comprometimento de renda, “permitindo que elas voltem a consumir.” Os dados completos da pesquisa da CNC sobre a tendência de consumo das famílias podem ser baixados no site da instituição.

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