Na máquina estadual, o PTB controla a Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo, além do Detran local. Na prefeitura, a sigla ocupa a Secretaria de Saneamento. Nem partido nem os governos informaram quantos cargos a agremiação detém no funcionalismo. “Bindamos esses cargos para uso exclusivo do servidor público”, limitou-se a dizer o governador Eduardo Campos, sem fazer uma associação direta com o descolamento dos antigos aliados. Ele também evitou comentar a orientação de Lula para isolar o socialista, depois da aliança com Marina Silva, no sábado passado.
O rompimento do PTB com o PSB já era esperado, depois de uma série de críticas dos petistas ao governo do Estado, nas últimas semanas. O PTB de Armando Monteiro apenas aderiu a Eduardo Campos no segundo turno das eleições de 2006, depois que o PT foi abatido pela queda das intenções de voto em Humberto Costa, acusado de participação em uma operação da PF na área de hemoderivados. Com a vitória de Eduardo Campos sobre Mendonça Filho, o PTB acabou incorporando-se na Frente Popular, comandada pelo PSB.
Nesta sexta-feira, o PT também ensaiou dar início à entrega de cargos, prevista para as próximas semanas, depois que o governador assumiu um discurso mais contundente em relação ao governo Dilma. Um dos quatro candidatos a presidente do PT no Estado, Bruno Ribeiro, ligado ao deputado federal João Paulo e ao senador Humberto Costa, antecipou-se e anunciou um pedindo de exoneração, em caráter irrevogável, do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social no governo do PSB. Ribeiro disse que a sua decisão está pautada na “coerência das posições que vem defendendo no Partido dos Trabalhadores”.
No documento, Bruno Ribeiro destaca dois pontos que pesaram sobre a sua decisão. No primeiro deles, relaciona as iniciativas do PSB que têm priorizado a interação com as principais forças anti-petistas locais e nacionais, nas suas palavras. “O outro é a defesa de um debate com a sociedade para a construção de novas políticas públicas e práticas mais democráticas do que as que vêm predominando em Pernambuco, as quais desestimulam as alianças, a independência das demais instâncias dos poderes públicos locais e, especialmente, que se ouça às reivindicações das ruas”
Por Jamildo Melo
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