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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Mendonça confronta ministro das Cidades sobre simuladores em autoescola: ‘o maior lobby que já vi na Câmara’


O líder do Democratas na Câmara de Deputados, Mendonça Filho (PE), fez duras críticas ao ministro das Cidades, Gilberto Magalhães Occhi, em relação à decisão do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) de obrigar autoescolas a adquirir um simulador de direção.

O confronto foi realizado na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, na manhã desta quinta-feira (10), durante audiência pública que debateu as resoluções 168/2004 e 358/2010 do Contran. De acordo com Mendonça, há um forte interesse por trás da medida que é bastante onerosa às instituições de ensino e, consequentemente, ao consumidor que deseja tirar uma carteira de habilitação.

“Fico com a pulga atrás da orelha quando vejo que o Brasil é o único país sério no mundo que quer demandar a obrigatoriedade desse simulador. Na verdade você tem quatro empresas habilitadas pelo Denatran, cujo custo de operação chega a até R$ 40 mil. É quase uma extorsão em cima das autoescolas do país”, acusou o deputado.

Para Mendonça, há graves indícios de irregularidade nas motivações políticas que empurram a proposta. Ele citou a denúncia veiculada no jornal Folha de São Paulo de um ex-funcionário do Denatran que saiu para ser contratado diretamente por uma empresa interessada na matéria.

O democrata apoia o Projeto de Decreto Legislativo do deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR), que evita a obrigatoriedade. Segundo o líder, é estranho que o projeto tenha sido retirado da pauta do plenário tantas vezes. “É impressionante como a influência desses interessados impera aqui na Casa. Sinceramente, este é o maior lobby que já vi na Câmara nos últimos tempos”, acusou.

Outra crítica feita pelo parlamentar foi em relação à forte campanha publicitária realizada para induzir a população a ter uma opinião favorável ao projeto.

“Lamento que o Ministério das Cidades patrocine e faça defesa dessa tese. É tudo muito fácil quando se vem aqui dizer o número de mortes nas estradas brasileiras, mas isso não vai resolver. A única coisa que esse simulador vai trazer é mais um caso desse capitalismo de compadrio que se organiza sob a sombra das instituições governamentais”, concluiu.

Informações da Assessoria

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