BRASÍLIA - A possibilidade de derrota assombrava os pensamentos de Luiz Felipe Scolari. Apenas a vitória interessava. Então, tranquilidade pelo bom resultado pode-se dizer alcançada. Afinal, na partida inaugural da Copa das Confederações, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, a seleção brasileira bateu os rivais japoneses pelo placar de 3×0. Os gols foram marcados por Neymar, Paulinho e Jô. O torcedor queria mais. E as vaias durante o jogo foram o termômetro para demonstrar o grau de insatisfação público brasileiro.
O Estádio Nacional Mané Garrincha foi o palco de uma platéia impaciente. A presidente Dilma Rousseff, ao lado do mandatário da Fifa, Joseph Blatter, foram os primeiros a sentir a pressão estabelecida pelas arquibancadas. Vaias ao discurso de abertura da Copa das Confederações ecoaram sobre a moderna arena da Capital Federal. O destino da Seleção Brasileira tinha tudo para ser o mesmo. E não foi por um detalhe.
(Foto: Diego Nigro)
O camisa 10 do Brasil não teve a sua tão aguardada exibição de luxo. Mas, foi eficiente logo aos dois minutos de jogo. Um golaço! A assistência de peito do atacante Fred seguida pela finalização de Neymar, no ângulo do goleiro Kawashima, deu a plasticidade necessária para os impacientes torcedores brasileiros irem ao delírio.
Nem tudo foram flores, no entanto. O Brasil fez um jogo burocrático. Parecia que nenhum daqueles jogadores tinha visto a bela cerimônia de abertura da Copa das Confederações. Faltava emoção a cada passe trocado no campo de defesa japonesa. E Dilma Rousseff não ficou sozinha no quesito vaias. Em alguns momentos, foi possível escutar o ensurdecedor o som de indignação, a cada bola recuada para o campo de defesa.
Presidente Dilma Rousseff foi vaiada pela torcida (Foto: Diego Nigro)
Pelo lado japonês, uma equipe forte no campo ofensivo, mas com problemas crônicos na defesa. O Brasil sempre chegou ao campo de ataque com a mesma estratégia. Fred e Neymar – as vezes Hulk – protagonizando tabelas e até uma certa finalização. Os nipônicos também chutaram em direção ao gol de Júlio Cesar. O futebol eficiente é cultuado na “Terra do Sol Nascente”. Eles chegaram a levar um certo perigo à defesa brasileira. Muito pouco para um empate, após os 45 primeiros minutos de jogo.
A lição tirada da etapa inicial pareceu ter voltado bem assimilada pelos jogadores do Brasil. O adversário, na verdade, nem era tanto os valentes e esforçados japoneses. A torcida era quem precisava ser dominada. Então, aos mesmos dois minutos, dessa vez no segundo tempo, o volante Paulinho recebeu um cruzamento de Daniel Alves, e colocou o segundo gol no placar.
(Foto: Diego Nigro)
Os japoneses não esperavam um novo baque, mais uma vez, tão sedo. A seleção nipônica sentiu. O Brasil, então, voltou ao seu burocrático futebol. A torcida também sentiu. Logo, o nome de Lucas passou a ser chamado. Ele era visto pelas arquibancadas como o jogador que podia fazer algo de diferente no jogo. Futebol arte, sabe?!
Neymar ficou aquém do esperado. Em campo, enrolou alguns japoneses com isoladas passadas do pé por cima da bola. Muito pouco para sua competência. Quando saiu, foi substituído pelo escolhido Lucas. As vaias voltaram a entrar em cena. Antes do final do jogo, o Brasil ainda arrumou tempo de construir sua goleada. Aos 47 minutos, Oscar deu belo passe para Jô, e o centroavante teve apenas o trabalho de estufar as redes.
1- Não demorou muito para o Brasil abrir o placar contra a seleção do Japão. Logo aos 2 minutos do primeiro tempo, o centroavante Fred ajeitou uma bola de peito e serviu Neymar. O craque bateu de perna direita e fuzilou o ângulo do goleiro Kawashima. 1×0.
2 – O Japão também não demorou a responder. Aos 5 minutos, o perigoso Honda bateu uma falta perigosa e obrigou o goleiro Júlio Cesar a fazer boa defesa.
3 – A seleção nipônica voltou a assustar o Brasil, três minutos depois. O meia Oscar errou o domínio, e os japoneses saíram para o ataque. Honda recebeu cruzamento na área e pegou de primeira. O chute não teve direção.
(Foto: Diego Nigro)
4 – Os lances mais perigosos começaram pelo lado japonês. Aos 18 minutos, o meia Honda recebeu uma bola pelo meio e arriscou um chute na marca da meia-lua. O goleiro Júlio Cesar precisou de dois tempos para defender a bola.
5 – A torcida brasileira comemorou com a seleção, aos 35 minutos. O meia Oscar cruzou da direita, para tentar encontrar Fred e Neymar, que estavam dentro da área. O primeiro não conseguiu encontrar a bola. Já o autor do primeiro gol não teve nem chance de arriscar outro arremate. O japonês Uchida apareceu antes para afastar o perigo.
6 – Antes do final do primeiro tempo a dupla Fred e Neymar por pouco não aumentou a contagem brasileira no placar do jogo. Uma tabelinha foi protagonizada pelos atletas, na frente da área japonesa, e o camisa 9 acabou finalizando. O goleiro Kawashima teve de se esticar todo para praticar a defesa.
(Foto: Diego Nigro)
7 – Logo na volta para o segundo tempo, o Brasil voltou a balançar as redes. Aos 2 minutos, o volante Paulinho recebeu um cruzamento do lateral Daniel Alves e aumentou o score para a Seleção. 2×0
8 – Os japoneses tentaram uma recuperação aos 25 minutos do segundo tempo. Após bate-rebate, Maeda chutou forte. Julio César, no entanto, fez a defesa.
9 – Após escanteio cobrado por Daniel Alves, o atacante Fred subiu sozinho, mas testou pra fora.
10 – Antes do final do jogo, o Brasil conseguiu balançar as redes mais uma vez. O atacante Jô recebeu um belo passe de Oscar e bateu na saída do goleiro japonês. 3×0 e fim de papo.
BRASIL 3×0 JAPÃO
BRASIL
Julio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk (Hernanes), Neymar (Lucas) e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari
JAPÃO
Kawashima; Uchida, Yoshida, Konno e Nagatomo; Endo (Hosogai), Hasebe, Kagawa, Kiyotake (Maeda) e Honda (Inui); Okazaki. Técnico: Alberto Zaccheroni.
Local: Estádio Nacional Mané Garrincha (Brasília/DF)
Horário: 16h
Árbitro: Pedro Proenca (POR)
Assistentes: Bertino Miranda (POR) e Jose Trigo (POR)
Gols: Neymar (aos 2 minutos do 1ºT); Paulinho (aos 2 do 2ºT); Jô (aos 47 do 2ºT)
Cartões amarelos: Hasebe (Japão)
Público:
Renda:
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